Diplomacia/Honduras abandona Taiwan e estabelece relações com Pequim
Bissau, 15 Mar 23 (ANG) – A Presidente das Honduras, Xiomara Castro, anunciou que o país vai estabelecer relações diplomáticas com Pequim, uma decisão que deve levar ao final das ligações com Taiwan.
“Dei instruções ao
ministro [dos Negócios Estrangeiros] Eduardo Reina para gerir a abertura de
relações oficiais com a República Popular da China”, anunciou Castro, na
terça-feira, na rede social Twitter, sem mencionar o futuro das relações com
Taipé.
Castro, que assumiu o
cargo no início de 2022, anunciou antes de chegar ao poder a intenção de
reconhecer imediatamente Pequim. No entanto, a dirigente pareceu reconsiderar a
posição, depois de ter assistido à cerimónia de posse do vice-Presidente
taiwanês, William Lai.
A 01 de janeiro, o chefe
da diplomacia hondurenha reuniu-se com o vice-ministro dos Negócios
Estrangeiros da China, Xie Feng, à margem da cerimónia de posse do Presidente
brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
Um mês depois Eduardo
Reina anunciou negociações com a China para a construção de uma hidroelétrica.
Pequim já tinha
financiado outra barragem nas Honduras, no valor de 300 milhões de dólares (280
milhões de euros), inaugurada em 2021 pelo então Presidente Juan Orlando
Hernández.
As Honduras eram um dos
últimos 14 países a manter relações diplomáticas com Taiwan.
Desde que Tsai Ing-wen
assumiu poder, em 2016, a China lançou uma campanha para isolar
internacionalmente a ilha, tentando fazer passar para o seu lado os aliados
diplomáticos de Taipé.
Em dezembro de 2021,
Taiwan perdeu a Nicarágua como aliada diplomática, depois de o Presidente do
país centro-americano, Daniel Ortega, ter sido reeleito. A Nicarágua afirmou
então que ia passar a reconhecer Pequim como o único governo legítimo de toda a
China.
Embora, nos últimos
anos, tenha perdido aliados, Taipé também intensificou os intercâmbios oficiais
com países como a Lituânia e a Eslováquia, que não reconhecem formalmente
Taiwan como um país.
China e Taiwan vivem
como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo
nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente
aos comunistas. Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a
reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.
ANG/Lusa
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