Brasil/Lula da Silva vai à China com agenda ambiciosa e delegação de 300 pessoas
Bissau, 10 Abr 23 (ANG) – A vista do
Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que deve começar no 12 de
abril terá uma agenda ambiciosa que prevê a celebração de muitos acordos e uma
grande delegação brasileira formada por cerca de 300 membros.
Nos encontros, o Presidente brasileiro tratará de temas económicos e diplomáticos, expondo a intenção do país sul-americano de retomar uma cooperação mais ampla com países em desenvolvimento e expandir influência do Brasil no mundo, após o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro que foi marcado pelo grande isolamento internacional.
Existe
a projeção por parte de diplomatas brasileiros de que serão assinados cerca de
20 acordos de cooperação entre Brasil e China em diferentes áreas, com destaque
para ciência e tecnologia, economia, comércio exterior, cultura, indústria,
defesa e educação.
Segundo
declarações do secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações
Exteriores do Brasil, Eduardo Paes Saboia, cerca de dez dias antes da viagem de
Lula da Silva à China, estão a ser negociados muitos acordos bilaterais, 20 já
foram confirmados, “mas esse número pode aumentar.”
Um
dos acordos da área económica que gera espetativa diz respeito a ativação de um
fundo de financiamento chinês de 20 mil milhões de dólares (18,6 mil milhões de
euros) para investimentos em projetos no Brasil.
O
país sul-americano também espera firmar parceira para desenvolver a sexta
geração de satélite sino-brasileiro e, por iniciativa do Governo Lula da Silva,
há a indicação de que pode acontecer uma declaração conjunta com a China sobre
clima e até mesmo criação de um fundo de financiamento binacional para combater
as mudanças climáticas.
A
previsão é que Brasil e da China também discutirão temas de governança global,
assuntos de interesse dos BRICS (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China
e África do Sul), e a proposta brasileira sobre a criação de um grupo de países
não envolvidos na guerra provocada pela invasão russa à Ucrânia para negociar a
paz naquela região.
Xi
Jinping acabou de retornar de uma visita de Estado a Moscovo, onde se reuniu
com o Presidente russo, Vladimir Putin, e apresentou as propostas chinesas de
paz na Ucrânia, facto que aumenta certeza de que a guerra no leste da Europa
será um tema sensível e importante no encontro do líder chinês com o líder
brasileiro.
Na
visita, Lula da Silva deve participar de um grande evento de negócios que
reunirá pelo menos 240 empresários brasileiros, com forte presença de pessoas
ligadas ao agronegócio que acompanham a comitiva governamental na viagem, além
de empresários e representantes do Governo chinês.
A
China é o principal destino das exportações do agronegócio brasileiro e no ano
passado absorveu 31,9% das vendas do setor ao exterior, segundo dados do
Ministério da Agricultura do país sul-americano.
Cerca
de 40 políticos, entre ministros do Governo brasileiro e parlamentares
convidados devem participar das agendas na visita de Lula da Silva ao país
asiático.
O
programa oficial anunciado pelo Governo brasileiro também prevê uma visita a
Xangai, capital económica da China, onde a ex-vice-presidente Dilma Rousseff,
que governou o Brasil de 2011 a 2016, assumirá a gestão do Novo Banco de
Desenvolvimento (NBD) dos BRICS.
Ao
final da viagem, Lula da Silva terá, em apenas três meses de mandato, tido
reuniões com os mais importantes parceiros comerciais do Brasil. Em janeiro, o
governante foi à Argentina, em fevereiro esteve nos Estados Unidos, segundo
maior parceiro do Brasil e que fica atrás apenas da China nas trocas
comerciais, numa viagem que também contou com um encontrou dele com o
Presidente norte-americano, Joe Biden.
A
China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais
origens de investimentos em território brasileiro. Em 2022, a corrente de
comércio entre os dois países atingiu recorde de 150,5 mil milhões de dólares
(139,4 mil milhões de euros). ANG/Lusa
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