Dubai/Presidente
da conferência apela redução de 43 por cento das emissões de gases com efeito
de estufa até 2030
Bissau, 04 Dez 23 (ANG)
– O presidente da conferência do clima das Nações Unidas reafirmou hoje que
respeita as recomendações científicas sobre as alterações climáticas e apelou a
uma redução de 43% das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
“Estamos aqui
porque acreditamos e respeitamos a ciência”, afirmou Sultan Al Jaber, numa
resposta a críticas desencadeadas por notícias publicadas na imprensa
britânica no fim de semana.
O jornal britânico
Guardian divulgou um vídeo de um debate considerado “tenso” com a ex-Presidente
irlandesa e antiga Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos,
Mary Robinson, em que Sultan considerou a saída dos combustíveis fósseis
inevitável, mas advertiu que uma transição muito rápida para limitar o
aquecimento global a 1,5ºC levaria o mundo à “idade das cavernas” e pediu
pragmatismo sobre a matéria.
“Todo o trabalho da
Presidência está centrado na ciência”, declarou hoje Al Jaber numa conferência
de imprensa, para a qual convidou Jim Skea, presidente do IPCC, o grupo de
peritos em matéria de clima mandatado pela ONU.
Questionado pela
agência EFE, o porta-voz da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações
Climáticas (COP28) afirmou no domingo que o Al Jaber estava a ser “inabalável
ao afirmar que atingir 1,5 ºC” implicava atuar numa série de áreas e setores.
O vídeo foi também
divulgado pelo portal do organismo Centre for Climate Reporting e foi retirado
de um evento ‘online’ organizado pela iniciativa “She Changes Climate” no
passado dia 21 de novembro.
Por outro lado, no
domingo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou no
domingo que os compromissos assumidos na COP28 por cerca de 50
empresas de petróleo e gás “são claramente insuficientes”.
Apesar de
reconhecer que se trata de um “passo na direção certa”, António Guterres disse
que a “Carta de Descarbonização do Petróleo e do Gás”, assinada no Dubai, não
aborda a questão fundamental do consumo de combustíveis fósseis.
Cerca de 50
empresas, responsáveis por mais de 40% da produção petrolífera mundial,
comprometeram-se, por exemplo, a realizar “operações neutras em termos de
carbono” até 2050 e a reduzir as emissões de metano para quase zero. ANG/Inforpress/Lusa
Fim
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