quinta-feira, 30 de outubro de 2025

              Brasil/Rio confirma 121 mortos, Procuradoria fala em 132

Bissau, 30 Out 25 (ANG) - O governo do Rio de Janeiro confirmou, na quarta-feira, que 121 pessoas morreram no âmbito da megaoperação levada a cabo nos complexos do Alemão e da Penha, que visava combater o avanço territorial do Comando Vermelho.

Entre os mortos estão quatro polícias e 117 suspeitos, segundo o secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi. Ainda assim, a Defensoria Pública daquele estado brasileiro (o equivalente ao sistema português de apoio judiciário) disse que morreram 132 pessoas, depois de os moradores terem encontrado pelo menos 74 corpos numa mata.

Os cadáveres, todos do sexo masculino, estavam na zona da Vacaria, na S
erra da Misericórdia, onde os confrontos entre as forças policiais e as fações criminosas se concentraram, noticiou o g1.

Os corpos de pelo menos 74 pessoas foram transportados pelos residentes para a Praça São Lucas, uma das principais da região. Contudo, de acordo com Curi, foram contabilizadas 63 vítimas mortais. Este responsável revelou ainda que 113 suspeitos foram detidos.

As autoridades vão, agora, apurar se as mortes estão relacionadas com a operação. É que, segundo o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, a contabilidade "conta a partir do momento que os corpos entram no Instituto de Medicina Legal".

"A Polícia Civil tem a responsabilidade enorme de identificar quem eram aquelas pessoas. Não posso fazer um balanço antes de todos entrarem", disse, justificando o porquê de não ter comentado o número de corpos encontrados na mata.

O responsável considerou, além disso, que a operação foi um "sucesso" e que apenas os quatro polícias que morreram são "vítimas".

O secretário de Segurança Pública, Victor Santos, ecoou esta posição, tendo apontado que o "dano colateral" foi "muito pequeno". Já o secretário da Polícia Militar, Marcelo de Menezes, deu conta de que as autoridades pretendiam cercar os criminosos e empurrá-los para a mata, onde equipas do Batalhão de Operações Especiais estavam posicionadas.

Felipe Curi, por seu turno, indicou que poderá estar em causa uma situação de fraude processual, uma vez que os moradores removeram as roupas dos cadáveres, para facilitar a sua identificação. No entanto, o secretário da Polícia Civil argumentou que as indumentárias foram retiradas para não haver associação com o grupo de crime organizado. Disse, por isso, que as autoridades instauraram um inquérito.

O ministro da Justiça do Brasil, Ricardo Lewandowski, confessou que o presidente, Lula da Silva, ficou "estarrecido" com o número de mortos e surpreendido "que uma operação desta envergadura fosse desencadeada sem conhecimento do governo federal, sem nenhuma possibilidade de o governo federal participar de alguma forma".

Lula da Silva ainda não se manifestou publicamente sobre o caso, uma vez que, quando a operação decorreu, estava a regressar de uma viagem oficial à Ásia.

Já o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, manifestou estar "profundamente preocupado" e pediu que seja realizada uma "investigação imediata" à megaoperação de terça-feira.

"O secretário-geral está profundamente preocupado com o grande número de vítimas durante uma operação policial realizada ontem [terça-feira] no Rio de Janeiro. […] O secretário-geral salienta que o uso da força em operações policiais deve respeitar as leis e normas internacionais de direitos humanos e insta as autoridades a conduzirem uma investigação imediata", disse o porta-voz Stéphane Dujarric.

Uma megaoperação contra o Comando Vermelho acabou por se tornar na mais letal de sempre, com a morte de mais de 100 pessoas, no Rio de Janeiro. Mas, afinal, o que é e como se formou a maior organização criminosa do Brasil?

Recorde-se que os 2.500 agentes mobilizados apreenderam também 93 espingardas e "enormes" quantidades de droga, naquela que foi descrita por Cláudio Castro como "a maior operação das forças de segurança do Rio de Janeiro". A ação estava, de acordo com o responsável, integrada na Operação Contenção - uma iniciativa permanente do governo local contra o Comando Vermelho.

Como represália, os criminosos barricaram vários locais da zona Norte da capital do estado, nomeadamente a Avenida Brasil, a Linha Vermelha e a Cidade de Deus, com recurso a pelo menos 50 autocarros e a carros roubados.

O Comando Vermelho dedica-se maioritariamente ao tráfico de droga e de armas, tendo o seu centro de operações no estado do Rio de Janeiro, onde controla algumas comunidades da cidade. Ainda assim, está presente em grande parte do país, especialmente na região da Amazónia.

A organização existe desde a década de 1980, altura em que a ditadura militar concentrou nas mesmas prisões delinquentes e membros de grupos de guerrilha com formação política e militar. ANG/Lusa

 

 

Costa do Marfim/CEDEAO e parceiros adoptam plano de ação para 2026 para proteção da criança 

 

Bissau, 30 Out 25 (ANG) – A Comissão da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), por meio de sua Direção de Assuntos Humanitários e Sociais, organizou duas reuniões de alto nível em Dakar, de 20 a 24 de outubro de 2025, com o objetivo de fortalecer a cooperação regional para a proteção de crianças na África Ocidental.

Essas reuniões reuniram diretores responsáveis ​​pela proteção da criança dos Estados-membros, representantes de agências das Nações Unidas e da sociedade civil. Elas proporcionaram uma oportunidade para avaliar o progresso alcançado desde a adoção do Quadro Estratégico da CEDEAO em 2017 e para validar o Plano Operacional Conjunto CEDEAO-CRPE 2026, resultado da colaboração com o Grupo Regional de Proteção da Criança (CRPE).

Falando em nome da Comissão, Olatunde Olayemi reafirmou que a proteção da criança continua sendo uma prioridade estratégica e política para a CEDEAO.

Ele lembrou os principais instrumentos regionais implementados, incluindo a Política da CEDEAO para a Infância (2019-2030), os Planos de Ação Regionais sobre Trabalho Infantil e Tráfico de Crianças e o Sistema Regional de Gestão de Informações sobre os Direitos da Criança (ECRIMS), concebidos para fortalecer a governança e a responsabilização baseadas em dados.

Os participantes, incluindo representantes do UNICEF, OIM, Plan International, ENDA Jeunesse Action, Terre des Hommes, SSI-WA e Aldeias Infantis SOS, elogiaram a CEDEAO por manter uma plataforma de coordenação regional eficaz. No entanto, também destacaram os desafios persistentes relacionados à insegurança, ao deslocamento forçado, às práticas nocivas e às pressões econômicas que deixam as crianças vulneráveis.

Os Estados-Membros e os parceiros comprometeram-se a priorizar o aumento dos orçamentos nacionais para a proteção da criança, a harmonização dos relatórios através do ECRIMS, a participação ativa das crianças, a internalização dos instrumentos regionais e o reforço da cooperação transfronteiriça.

O trabalho concluiu com um apelo por maior vontade política e mobilização sustentada de recursos, com vistas a garantir a todas as crianças da África Ocidental o direito de crescer num ambiente seguro, protegido e gratificante. ANG/Faapa

Guangzhou/ China e 14 países africanos se comprometem a fortalecer cooperação judicial

Bissau, 30 Out 25 (ANG) -  Promotores públicos da China e de 14 países africanos, incluindo Marrocos, concordaram nesta quarta-feira em Guangzhou (sul da China) em intensificar sua cooperação judicial e contribuir para a modernização baseada na justiça e no desenvolvimento mutuamente benéfico.

Em um documento adotado ao final do Fórum de Cooperação China-África de Promotores Públicos, os chefes de delegação defenderam, em particular, o fortalecimento dos intercâmbios e da aprendizagem mútua, buscando um consenso mais amplo e aprofundando a cooperação prática entre os promotores públicos, a fim de dar uma contribuição tangível ao processo conjunto de modernização China-África.

Eles também concordaram em fortalecer a luta contra o crime transnacional por meio de consultas sobre casos, coleta de provas e assistência jurídica mútua, em conformidade com o direito internacional e a legislação nacional.

Os participantes também propuseram o estabelecimento de um mecanismo de ligação permanente para garantir a comunicação e a coordenação contínuas entre as procuradorias, bem como o reforço da formação e das trocas de magistrados através de seminários, visitas cruzadas e programas conjuntos, particularmente no contexto da transformação digital.

Realizado sob o tema "O Papel do Ministério Público na Modernização do Sistema Judiciário na China e na África", este encontro, organizado pela Procuradoria Popular Suprema da China, faz parte da implementação das diretrizes da Cúpula de Pequim 2024 do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC).ANG/Faapa

 

Egíto/Novo presidente do Afreximbank aposta na transformação dos minerais de África

 

Bissau, 30 Out 25 (ANG) - O novo presidente do Banco Africano de Exportações e Importações (Afreximbank), George Elombi, anunciou quarta-feira, no discurso de tomada de posse, a criação de uma janela de financiamento para projetos de grande impacto na transformação dos minerais.

 

"O Afreximbank vai criar uma nova janela de financiamento de grande impacto, especificamente para projetos que processam minerais brutos em produtos semiacabados ou acabados", afirmou George Elombi no discurso de tomada de posse, que formaliza o início de funções, substituindo Benedict Oramah.

 

"Vamos estabelecer um Programa Estratégico de Desenvolvimento de Minerais para financiar cadeias de valor completas, desde a extração e refinação até ao fabrico de componentes acabados, capturando muito mais valor aqui no nosso continente e criando empregos altamente qualificados para o nosso povo", acrescentou o banqueiro, de acordo com um comunicado do Afreximbank enviado à Lusa.

 

Na intervenção, Elombi anunciou que, nos próximos cinco a dez anos, dará prioridade aos setores que garantem um impacto mais significativo e sustentável no comércio e no bem-estar de África, incluindo a promoção e aceleração da agregação de valor e do processamento estratégico de minerais para reduzir a exportação de matérias-primas.

 

Para além deste combate à exportação de matérias-primas e importação de produtos acabados, o Afreximbank vai também dar prioridade "ao aprofundamento do comércio intra-africano e à integração regional, uma vez que o sucesso da sua agenda de acréscimo de valor dependerá, em última análise, da sua capacidade de garantir mercados para os bens produzidos".

 

O banco pretende "reforçar as infraestruturas transfronteiriças e promover a circulação contínua de bens, serviços, pessoas e capitais em todo o continente", prometendo continuar a ter um "papel catalisador" na implementação da zona de comércio livre continental africana (AfCFTA, na sigla em inglês).

 

Promover e construir infraestruturas críticas que facilitem o comércio, alavancar a inovação e a tecnologia digital, incluindo a exploração da criação de uma moeda digital panafricana, reforçando a integração financeira e a inovação em todo o continente, e mobilizar o capital africano global, foram outras das prioridades elencadas por George Elombi no discurso de tomada de posse.

 

O Afreximbank é uma instituição financeira multilateral pan-africana detida pelos países da região, com o objetivo de financiar e promover o comércio dentro de África, mas também as exportações dos países africanos.

O Afreximbank obteve 973,5 milhões de dólares (854 milhões de euros) de lucro em 2024, subindo 29% face a 2023, apoiado nas "significativas contribuições" das subsidiárias, segundo a instituição. ANG/Inforpress/Lusa

 

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Eleições Gerais 2025/Alguns citadinos da capital elogiam Governo pela iniciativa de produção dos boletins de votos localmente

Bissau, 29 Out 25 (ANG) – Alguns citadinos da Capital Bissau, felicitaram hoje, o Governo liderado por Braima Camara, pela decisão de efetuar a produção dos boletins de votos localmente, e sob a responsabilidade da Imprensa Nacional INACEP.

Numa auscultação feita hoje pela Agência de Notícias da Guiné (ANG), Juelson Pereira estudante de 10º ano numa das escolas públicas do país, revelou que apesar de descordar com a decisão tomada pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ), deixando de fora do processo algumas Coligações e candidatos, mas considera que a produção local dos boletins de voto, é uma iniciativa “encorajadora”.

A comerciante Eliza Gomes, disse esperar que as próximas eleições gerais marcadas para o dia 23 de Novembro, de se contribuir na transformação da Guiné-Bissau num país onde reina  a paz duradoura.

“Espero ainda que, as próximas eleições  possam, trazer ainda de volta a liberdade de expressão entre os cidadãos, que a sociedade guineense saiba distinguir o que é a política e a cidadania, e por último que a justiça retome o seu carater para todos e sem exclusão”, desejou.

Para Wiliam da Costa, não é nenhum segredo para qualquer cidadão guineense atento que, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), está a cometer injustiça na validação de candidaturas, sendo assim, disse acreditar que as próximas eleições, não irão acontecer de forma livre, justas e transparentes.

De acordo com a Silvina Fonseca, costureira de profissão, caso as próximas eleições forem vencidas pelo candidato Umaro Sissoco Embaló, acredita que o país, encontrará um rumo muito mais evoluído do que até o momento tem mostrado.

“Acredito que o candidato Embaló, é um Presidente com ambição e visão de contruir a Guiné-Bissau, pelo que provou durante os cinco anos do seu mandato, por isso apelo a sociedade guineense a confiar o segundo mandato ao Sissoco para o bem do povo”, revelou Silvina Fonseca.  

Por sua vez Tidjane Camara lamenta a não participação do candidato Domingos Simões Pereira e a sua Coligação PAI-Terra Ranka, devido a decisão tomada pelo Supremo Tribunal de Justiça.

“O STJ é uma entidade máxima de justiça, e a sua decisão é vinculativa, mas penso que a sua decisão tem motivos, como foi justificado e quanto as candidaturas admitidas, penso que quem sair como o vencedor, deve cumprir com as promessas feitas durante a campanha”, afirmou.

Tidjane Camara sublinhou que a missão dos políticos, deve ser de trabalhar para unir os guineenses, ao mesmo tempo, olhar para os candidatos derrotados como uma “mais valia” para ajudar no desenvolvimento do país e não como inimigos.ANG/LLA/ÂC

Regiões/ Diretor Clínico do Hospital Regional de Canchungo confirma adesão à greve da Frente Social

Cacheu, 29 Out 25(ANG) – O Diretor Clínico do Hospital Regional de Cacheu em Canchungo, confirmou hoje  a adesão dos técnicos de saúde à greve decretada pela Frente Social.

Em entrevista à ANG, Sabana Corobo, lamentou que a referida greve está a afetar os pacientes internados e os que procuram consulta externa naquele estabelecimento hospitalar.

Aquele responsável garantiu contudo que estão a prestar serviço mínimo em seguintes serviços, Pediatria, Maternidade, Serviço de Urgência, Medicina e laboratório.

O Diretor, asseverou  que o Hospital Regional de Cacheu em Canchungo, continua a enfrentar os problemas de insuficiência dos recursos humanos, energia elétrica, água potável e ambulância.

A Frente Social, entidade que congrega quatro  sindicatos ligados aos setores da Educação, e da Saúde Pública iniciou na segunda-feira uma greve de cinco dias, em reivindicação entre outros do pagamento de salários em atraso aos técnicos de Saúde denominados de novos ingressos, tanto os que estão no país  assim como aqueles que se encontram em formação na Venezuela.

ANG/AG/JD/ÂC

Cabo Verde/Governo mostra-se preocupado com a nova lei de estrangeiros em Portugal

Bissau, 29 Out 25(ANG) -  O Governo de Cabo Verde mostra-se preocupado com a nova lei de estrangeiros recentemente promulgada em Portugal. Um dispositivo que poderia implicar dificuldades para os imigrantes cabo-verdianos.

O arquipélago reconhece que o país tem poucos instrumentos para mitigar eventuais dificuldades que possam surgir devido às mexidas legislativas em Portugal.  

O Ministro da Promoção de Investimentos e Fomento Empresarial e Ministro da Modernização do Estado e da Administração Pública, Eurico Monteiro, que até fevereiro 2025 foi embaixador de Cabo Verde em Portugal, considera que a nova lei de imigrantes em Portugal pode afectar diretamente o país e as famílias cabo-verdianas.

As limitações, as restrições que impendem sobre a nossa diáspora afectam directamente os cabo-verdianos  e afectam também as famílias cabo-verdianas e, consequentemente, o Governo também se preocupa com isso. Os instrumentos que o Governo dispõe, infelizmente, não são muitos para mitigar algumas dificuldades e alguns problemas.

Eurico Monteiro avançou que actualmente em Cabo Verde existem mais condições no país para poder haver menos imigração e o governante sugeriu o retorno de cabo-verdianos para as ilhas. 

Inclusivamente, para haver algum retorno da imigração cabo-verdiana. Nós temos sectores já com algumas dificuldades em termos de mão de obra, portanto, creio que aqui também existe uma grande oportunidade para pessoas também que são sobretudo qualificadas e que têm,domínio de alguma ferramenta tecnologia, de algum setor económico importante  é uma oportunidade também para estarem e trabalharem aqui em Cabo Verde.ANG/RFI

Líbia/Médicos Sem Fronteiras recebe ordem para sair do país até 9 de novembro

Bissau, 29 out 25(ANG) - A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou hoje ter recebido uma ordem da Líbia para abandonar o país até 09 de novembro, afirmando que as autoridades não apresentaram qualquer justificação.

"Lamentamos profundamente a decisão que nos foi comunicada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e estamos preocupados com as consequências para a saúde das pessoas que ajudamos", disse o responsável do programa da MSF na Líbia, Steve Purbrick, em comunicado hoje divulgado.

A organização já tinha visto as suas operações suspensas na Líbia em março, quando a Agência de Segurança Interna (ISA) do país encerrou as suas instalações.

Na altura, vários funcionários da MSF foram interrogados e a organização foi obrigada a retirar os seus funcionários internacionais da Líbia e a rescindir os contratos da sua equipa local.

A "onda de repressão", como classificou a MSF num comunicado publicado na altura, afetou outras nove organizações não-governamentais de ajuda a migrantes e refugiados na Líbia.

"Num contexto de crescente obstrução das operações das ONG na Líbia, de uma diminuição drástica do financiamento da ajuda internacional e do reforço das políticas europeias de gestão de fronteiras em colaboração com as autoridades líbias, não existem atualmente ONG internacionais a prestar assistência médica a refugiados e migrantes no oeste da Líbia", alertou.

Antes da suspensão das atividades, a MSF estava a tratar um grupo de mais de 300 doentes líbios, migrantes e refugiados, que necessitavam sobretudo de tratamento para a tuberculose, cuidados pré-natais e apoio psicológico, especialmente para sobreviventes de violência, sendo que alguns doentes morreram por ficarem assem ajuda.

Desde então, a MSF tem tentado chegar a um acordo com as autoridades para poder retomar a prestação de cuidados médicos na Líbia.

No entanto, a ONG explicou que recebeu recentemente uma carta do Ministério dos Negócios Estrangeiros líbio a ordenar a sua saída do país até 09 de novembro.

"Não foi apresentada qualquer razão para justificar a nossa expulsão, e o procedimento geral permanece muito obscuro. O registo da MSF junto das autoridades competentes do país continua válido e, por isso, esperamos encontrar uma solução positiva para esta situação", adiantou Steve Purbrick.

A MSF refere que, em 2024, em colaboração com as autoridades de saúde líbias, realizou milhares de consultas médicas no país e que, em 2023, também prestou assistência médica de emergência após as inundações em Derna.

A organização esteve também envolvida na identificação e ajuda a refugiados e migrantes particularmente vulneráveis durante a sua retirada da Líbia.ANG/Lusa

 

                       Sudão/ El-Fasher cai, Darfur mergulha no caos

Bissau, 29 out 25(ANG) -  A União Africana (UA) denunciou, esta terça-feira, 28 de Outubro, "atrocidades" e os "crimes de guerra presumidos" ocorridos na cidade sudanesa de El-Fasher, dois dias depois do anúncio da tomada da cidade pelos paramilitares, agora senhores de todo o Darfur.

Passados 18 meses de cerco, El-Fasher era a última cidade da vasta região do Darfur que ainda não estava sob o controlo das Forças de Apoio Rápido (FAR), em guerra desde Abril de 2023 contra o exército.

O presidente da Comissão da UA, Mahamoud Ali Youssouf, "condenou com a maior firmeza as graves violações dos direitos humanos e do direito internacional humanitário, incluindo os crimes de guerra presumidos e os assassinatos de civis visados em razão da sua origem étnica".

A cidade de El-Fasher, capital do Darfur do Norte, caiu esta semana nas mãos das Forças de Apoio Rápido (FAR), passados 18 meses de cerco. A tomada da cidade representa uma viragem na guerra civil que opõe, desde Abril de 2023, o exército sudanês, liderado por Abdel Fattah al-Bourhane, e as Forças de Apoio Rápido (FAR), comandadas por Mohammed Hamdan Daglo, conhecido como Hemetti.

As Forças de Apoio Rápido têm origem nos Janjawid, milícias árabes criadas no início dos anos 2000 e responsáveis por massacres durante o primeiro conflito do Darfur. Desde então foram integradas formalmente nas orças armadas, mantendo autonomia operacional e controlo sobre uma grande parte do território.

Antes do conflito, El-Fasher tinha cerca de 1,5 milhão de habitantes, funcionava como principal centro humanitário da região. Hoje, encontra-se praticamente destruída. A ONU estima que 260.000 civis, metade crianças, viviam na cidade à data da queda. O acesso à água, electricidade e alimentos foi cortado. Hospitais e mercados foram alvo de bombardeamentos.

Os relatos recolhidos por organizações locais e internacionais descrevem execuções sumárias, violências sexuais, saques e ataques com motivação étnica. As imagens verificadas por agências de notícias internacionais mostram colunas de civis a fugir pelo deserto sob fogo cruzado.

O conflito sudanês ultrapassa a rivalidade entre dois generais. Está enraizado em rivalidades étnicas e no controlo dos recursos naturais: sobretudo ouro, petróleo e rotas comerciais. O Darfur, região historicamente marginalizada, historicamente afastado do poder central em Cartum, foi deixado à margem do desenvolvimento e da representação política, voltou a ser palco de limpeza étnica em larga escala. As Forças de Apoio Rápido, compostas maioritariamente por combatentes árabes, têm sido acusadas de ataques sistemáticos contra populações Zaghawa e Masalit.

Um relatório de peritos da ONU, publicado no mês passado, em Setembro, acusa as FAR de crimes contra a humanidade, incluindo assassínio em massa, violações e uso da fome como arma de guerra.

A resposta internacional tem sido mínima: Os apelos da ONU e de organizações humanitárias para a criação de corredores seguros não tiveram seguimento. O bloqueio imposto pelas Forças de Apoio Rápido impede a entrada de ajuda e combustível. As equipas médicas trabalham muitas vezes em abrigos improvisados.

A Unicef descreve El-Fasher como “o abismo do inferno”. A ONU alerta para o risco de fome e para a expansão do conflito para outras regiões.

A cobertura jornalística tornou-se quase impossível, uma vez que vários repórteres desapareceram, entre eles Noun Al-Barmaki, jornalista independente que enviou a última mensagem antes de tentar abandonar a cidade: “Parto agora. Posso ser presa ou morta. Mas o mundo precisa de saber.”

Enquanto o Sudão se afunda numa das piores crises humanitárias do século, El-Fasher simboliza a falência do Estado e a indiferença internacional perante um conflito que já provocou dezenas de milhares de mortos e milhões de deslocados.ANG/RFI

 

Médio Oriente/Israel nega imunidade a dirigentes do Hamas. "Nem os que usam fato"

Bissau, 29 out 25(ANG) - O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, rejeitou hoje qualquer imunidade para os dirigentes do movimento islamista palestiniano Hamas, após uma série de ataques na Faixa de Gaza em retaliação à morte de um soldado na véspera.

"Não há nem vai haver imunidade para ninguém da liderança da organização terrorista Hamas. Nem para os que usam fato e gravata, nem para os que se escondem nos túneis", escreveu em comunicado, referindo-se à cúpula do grupo radical que está no Qatar.

Segundo Katz, "qualquer um que levante a mão contra soldados das Forças da Defesa de Israel (FDI) vai ficar sem mão".

Entretanto, o exército israelita anunciou já que, "após uma série de ataques que atingiram dezenas de alvos terroristas", está a restabelecer o cessar-fogo em Gaza.

"De acordo com a diretiva do Governo, após uma série de ataques que atingiram dezenas de alvos terroristas e neutralizaram terroristas em resposta às violações do Hamas, o Exército retomou a aplicação do cessar-fogo", lê-se em comunicado.

Pelo menos 91 palestinianos, incluindo 24 crianças e sete mulheres, morreram entre terça-feira e hoje devido aos bombardeamentos israelitas, disseram fontes médicas e da Proteção Civil do enclave à agência de notícias espanhola EFE.

As autoridades israelitas afirmaram que as suas forças atacaram "30 terroristas que ocupavam posições de comando" e que operam dentro do território palestiniano.

A nota refere ainda que as forças israelitas continuariam a respeitar o acordo de cessar-fogo, mas responderiam com firmeza a qualquer violação do pacto.

A nova onda de ataques israelitas, que atingiu de norte a sul a Faixa de Gaza, começou na tarde de terça-feira por ordem do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, depois de este acusar o Hamas de violar as tréguas, em vigor há mais de duas semanas.

Netanyahu ordenou ao exército que realizasse "ataques contundentes na Faixa de Gaza", após uma reunião do Gabinete de Segurança, segundo um comunicado do executivo de Israel.ANG/Lusa

Saúde/ ONG “ Afetos com Letras” entrega bote de  evacuação de doentes à governadora da região Tombali

Bissau, 29 out 25(ANG) – A ONG portuguesa “Afetos com Letras” entregou, esta terça- feira, a governadora da região de Tombali, sul do país,  uma vedeta para evacuação de doentes em situações de emergências da ilha de Komo, para o hospital regional "Musna Sambú" de Catió.

Na ocasião, a Representante da ONG Afetos com Letras Joana Benzinho disse que a entrega representa um passo importante para melhorar o acesso aos cuidados de saúde nas comunidades insulares, onde o deslocamento por via terrestre é quase impossível.

“As dificuldades são muitas em toda a Guiné-Bissau e em particular na zona sul do país, por enfrentar e continua enfrentando dificuldades e abandono, devido a distância que tem com a  capital e as dificuldades de acesso”, revelou Joana Benzinho.

Revelou que, procedem a entrega da vedeta, porque um pouco mais de dez meses, aquando da entrega de uma máquina descascadora de arroz na ilha de Komo e foram  confrontados com  morte de uma jovem no momento de parto e que eram gémeos e depois do nascimento da primeira criança entrou em dificuldade  e acabou por falecer, devido a falta de meio de transporte.

Perante esta situação, disse que  foram  embora com desconforto e sentimento de tentar ajudar a população e assim que chegaram a Portugal contactaram  a Marinha portuguesa e ao fim de oito meses conseguiram  concretizar o projeto.

“Queremos que o barco seja usado para evacuações do doentes, salvando vidas, sobretudo em casos de parto complicados, emergência médicas e acidentes, reduzindo um dos principais desafios enfrentados pelo população da ilha de Komo”, concluiu Joana Benzinho.

O ministro da Administração Territorial e do Poder Local Aristides Ocante da Silva reconheceu o trabalho da ONG “ Afetos com Letras”, tendo destacado a importância do apoio da ONG “ Afetos com Letras”, por ter contribuído na resolução de um dos  problemas que constitui uma preocupação para o governo regional de Tombali.

Afirmou que a entrega do bote com motor a governadora da região de Tombali vai facilitar os trabalhos da evacuação  dos doentes e dar maior mobilidade das pessoas em caso de emergência
, sobretudo as mulheres em momentos de parto.

Aristides Ocante da Silva agradeceu a Marinha portuguesa por ter formado marinheiros nacionais para estarem em condições de manejar o bote e fazer o trabalho necessário.

A governadora da região de Tombali, Aminata Sila  agradeceu a ONG “Afetos com Letras”, pela ajuda a população local, porque vai minimizar imensamente as dificuldades da população mais carenciadas da Guiné-Bissau.

Acrescentou que, à muito tempo que doentes ficavam horas a espera de transporte para chegar a um hospital para o atendimento a tempo. ANG/LPG/ÂC

Política/Braima Camará anuncia contribuição de um milhão de francos cfa para o fundo da AMAPOR

Bissau, 29 Out 25 (ANG) – O Primeiro-Ministro anunciou uma contribuição pessoal de 1 milhão de francos CFA para o fundo da Associação de Mulheres do Porto da Guiné-Bissau (AMAPOR), na qualidade de membro honorário.

De acordo com uma nota do Gabinete do Primeiro-Ministro enviada à ANG, a promessa de Braima Camará foi feita segunda-feira, no âmbito da visita que as mulheres da AMAPOR o fizeram para o felicitar pela sua nomeação como chefe do executivo.

Encorajou a Associação a reforçar os intercâmbios com organizações congéneres em África e no mundo, no sentido de promoverem o papel da mulher trabalhadora guineense na economia nacional e internacional.

Igualmente o Primeiro-Ministro agradeceu o gesto de simpatia e confiança, recordando com emoção o seu passado profissional no Porto, do qual muito se orgulha, reafirmando a total disponibilidade para acompanhar e apoiar a AMAPOR, bem como as demais organizações sindicais, através do diálogo e do pragmatismo, com o objetivo comum de construir um futuro melhor para os trabalhadores e para o país.

A delegação da AMAPOR era composta por cerca de quinze  mulheres associadas, que além da felicitação, partilharam com Braima Camará as conquistas e desafios da organização.ANG/MI/ÂC

Economia/Ministro das Telecomunicações aponta empreendedorismo Feminino como pilar de promoção do desenvolvimento económico no país

Bissau, 29 Out 25 (ANG) - O ministro das Telecomunicações e da Economia Digital, Júlio Mamadu Baldé apontou  esta terça-feira o empreendedorismo feminino como pilar fundamental para o desenvolvimento económico na Guiné-Bissau.

De acordo com Rádio Popular, Baldé falava à margem do lançamento do projeto Cluster de Economia Digital do Fundo Orik Capital e da parceria estratégica com Programa Regional de Inovação Digital da África Ocidental.

“Os jovens empreendedores devem fortalecer o ecossistema nacional, inovação, dissimular e estar apto tecnologicamente e competitivo ao nível regional e internacional”, acrescentou o governante.

Por sua vez, a Diretora Geral da Innovalab, Claudinécia Cabral, disse que o projeto Cluster de Economia Digital do Fundo Orik Capital visa impulsionar o desenvolvimento socioeconómico na Guiné-Bissau.

“Orik Capital não é apenas um projeto, é um instrumento financeiro que faltava para colmatar a lacuna crítica do financiamento de risco e de apoio estruturado do setor privado. Hoje, essa arquitetura torna-se plenamente operacional”, assegurou.

ANG/AALS/ÂC

Sociedade/Primeiro-Ministro reitera compromisso em reforçar a cooperação com Unicef para bem-estar das crianças

Bissau, 29 Out 25 (ANG) – O Primeiro-Ministro reiterou o compromisso do  executivo em reforçar a cooperação com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para a concretização dos objetivos comuns em prol do bem-estar das crianças e do desenvolvimento sustentável do país.

A informação consta numa nota do Gabinete do Primeiro-Ministro enviada à ANG e que indica que Braima Camará falava terça-feira no âmbito da visita de cortesia que recebeu do Representante do Unicef no país.

Na ocasião Braima Camara enalteceu a importância da parceria com o UNICEF, sublinhando que muitas das prioridades do Governo convergem com as da organização.

Por seu turno, o Representante-Residente do Unicef na Guiné-Bissau Inoussa Kabore reiterou também a plena disponibilidade da sua organização em continuar a apoiar o Governo nos seus esforços de desenvolvimento, no quadro do mandato que orienta as ações da organização.

Disse que, as áreas prioritárias do atual Programa de Cooperação do Unicef com a Guiné-Bissau incluem a educação, a saúde comunitária, o acesso à água potável e saneamento básico, a proteção social e o combate às alterações climáticas, entre outras.ANG/MI/ÂC

Indústria/Ministro Florentino Dias anuncia criação do Instituto Nacional de Qualidade

Bissau, 29 Out 25(ANG) - O ministro da Indústria, Transformação e Promoção dos Produtos Locais anunciou esta terça-feira, a criação do Instituto Nacional de Qualidade cuja função é normalizar metodologia, certificação e promoção da qualidade.

Florentino Dias fez o anúncio na abertura do seminário de dois dias destinado ao apoio às pequenas e médias empresas agro alimentar para o cumprimento das normas e acessibilidade ao mercado na Guiné-Bissau, organizado pelo Programa Alimentar Mundial (PAM).

Dias sublinhou ainda que, ao fortalecer este sistema, estão a criar bases para uma economia mais competitiva para produtos locais com maior valor acrescentado e para mercados mais confiáveis e sustentáveis.

A Oficial de parceria do Programa Alimentar Mundial (PAM), Fabrízia di Marco afirma que 68 por cento da população guineense, não conseguem pagar uma dieta saudável e nutritiva e desnutrição contínua a ser um problema grave entre as crianças e mulheres.

O referido seminário tem como propósito prestar apoio técnico às pequenas e medias empresas agro alimentares para que possam operar em conformidade com as normas, assegurando que produtos guineenses sejam sinónimo de qualidade, confiança e valor.ANG/RSM

 

Brasil/Mais de 60 mortos e 80 detidos na "maior operação" no Rio de Janeiro

Bissau, 29 out 25(ANG) - Pelo menos 64 pessoas morreram e outras 81 foram detidas, na terça-feira, na sequência de uma megaoperação das forças de segurança do Rio de Janeiro, que já foi considerada como a mais letal da história da capital fluminense.

A ação, que decorreu nos complexos do Alemão e da Penha, teve como objetivo travar o avanço territorial da organização criminosa Comando Vermelho que, como represália, bloqueou a cidade. Mas, afinal, o que se sabe?

 Dois polícias civis e dois polícias militares morreram durante os confrontos, nos quais os membros da organização criminosa utilizaram várias armas de fogo de alto calibre e até drones com bombas.

Entre os suspeitos mortos encontra-se um dos principais líderes da fação, ao passo que vários cabecilhas foram detidos. Há ainda três civis que também foram atingidos.

Além das vítimas e das detenções, os 2.500 agentes mobilizados apreenderam 93 espingardas e "enormes" quantidades de droga, naquela que foi descrita pelo governador da região, Cláudio Castro, como "a maior operação das forças de segurança do Rio de Janeiro". A ação estava, de acordo com o responsável, integrada na Operação Contenção - uma iniciativa permanente do governo local contra o Comando Vermelho.

"Esta operação teve início com o cumprimento de [100] mandados judiciais e uma investigação de mais de um ano, [com planeamento] feito há mais de 60 dias", disse, citado pela BBC Brasil.

Como represália, os criminosos barricaram vários locais da zona Norte da capital do estado, nomeadamente a Avenida Brasil, a Linha Vermelha e a Cidade de Deus, com recurso a pelo menos 50 autocarros e a carros roubados.

Um grupo chegou mesmo a bloquear, com um camião, a principal via de acesso ao aeroporto internacional do Rio de Janeiro, o que provocou atrasos entre os passageiros. Contudo, o terminal permaneceu aberto.

Já as universidades, incluindo a prestigiada Universidade Federal do Rio de Janeiro, e várias escolas públicas e privadas encerraram portas e mandaram os alunos para casa.

Perante a situação caótica, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro declarou o nível 2 de risco, numa escala que vai até 5.

O governador do Rio de Janeiro criticou a falta de apoio do governo federal, tendo dado conta de que fez três pedidos para que as Forças Armadas prestassem auxílio nas operações policiais. Contudo, o ministro brasileiro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, assegurou que não recebeu "nenhum pedido do governador do Rio de Janeiro (...) para esta operação, nem ontem, nem hoje, absolutamente nada".

"As forças federais não são forças coadjuvantes das polícias militares e das polícias civis, nós auxiliámos o Rio de Janeiro no que pudemos", frisou, salientando que, quando Cláudio Castro solicitou a transferência de líderes das fações criminosas para as penitenciárias federais de segurança máxima, esse pedido "foi atendido".

O ministro da Justiça e Segurança Pública considerou ainda que a operação foi "bastante sangrenta", o que, na sua ótica, "é de se lamentar".

"Estou aqui à distância, tenho acompanhado pelos jornais. Foi uma operação bastante sangrenta, segundo as notícias... Lamentavelmente, morreram agentes de segurança pública e, pior ainda, pessoas comuns, inocentes. É de se lamentar", disse.

O responsável enfatizou, nessa linha, que "o combate à criminalidade, seja ela comum ou organizada, faz-se com planeamento, inteligência, e coordenação das forças de segurança".

O Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) pediram, ainda na terça-feira, explicações sobre a ação, tendo em conta as vítimas que provocou. Cláudio Castro terá, assim, de demonstrar que não havia "meios menos gravosos" de atingir os seus objetivos, bem como explanar "detalhadamente de que forma o direito à segurança pública foi promovido, indicando as finalidades da operação [e] os custos envolvidos".

O governador terá também de mostrar que cumpriu o determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na ADPF 635, um plano de redução da letalidade policial no Rio de Janeiro. Cláudio Castro deverá comprovar que seguiu as medidas contempladas, entre elas o uso de câmaras corporais por parte das forças de segurança, a apresentação de um mandato formal para a operação e a presença de ambulâncias nos locais visados.

Recorde-se que o Comando Vermelho dedica-se maioritariamente ao tráfico de droga e de armas, tendo o seu centro de operações no estado do Rio de Janeiro, onde controla algumas comunidades da cidade. Ainda assim, está presente em grande parte do país, especialmente na região da Amazónia.

A organização existe desde a década de 1980, altura em que a ditadura militar concentrou nas mesmas prisões delinquentes e membros de grupos de guerrilha com formação política e militar.ANG/Lusa