sexta-feira, 31 de março de 2017

Política


Ex. Ministro das Finanças afirma que crise política põe em causa fundamentos do Estado Democrático

Bissau, 31 Mar 17 (ANG) – O ex. ministro da Economia e Finanças, Geraldo Martins afirmou  quinta-feira em entrevista à Rádio Jovem que a crise política que se instalou após a mesa redonda de Bruxelas,(Março de 2015) põe em causa os fundamentos de um Estado de Direito Democrático e desmobiliza os doadores internacionais perante a necessidade de se investir no país.  
Geraldo Martins

Segundo a  Rádio Jovem, Martins disse que a crise política no país levou ainda os sucessivos governos a não poderem prestar as suas contas, e nem assinar contractos, e  à Assembleia Nacional Popular (ANP) a não conseguir fiscalizar a acção governativa.

Acrescentou que, com a crise política o país deixou de receber o apoio externo  de doadores internacionais e que as receitas internas do governo não conseguem cobrir as suas despesas, realçando que a Guiné-Bissau neste momento está a deparar-se com situações financeiras  bastante difíceis.

 Adiantou ainda que a mesa redonda de Bruxelas foi um acontecimento espectacular, porque o país conseguiu  ter um crescimento sem precedente elevando a sua credibilidade e prestígio ao nível internacional.

Neste sentido, segundo ele, todas as expectativas alcançadas pelo país foram estragadas devido a instabilidade política ‘desnecessária’ dos últimos dois anos.

O antigo responsável das Finanças disse que o índice da pobreza terá aumentado nos últimos tempos na Guiné-Bissau e que muitas  actividades empresariais foram suspensas devido a  crise política.

Perguntado sobre a Presidência Aberta que está a ser levado à cabo pelo Presidente da República, Geraldo Martins respondeu que José Mário Vaz não fez isso para ouvir as populações, mas sim limitar-se apenas a passar mensagens de acusações ao líder do PAIGC e os seus adversários políticos, e denunciar a alegada corrupção na acção governativa.

“Esta Presidência Aberta tem impacto negativo, porque o Presidente da República está gastando  dinheiro num momento em que o país enfrenta enormes dificuldades financeiras”. 
ANG/ PFC/JAM/SG      

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