Francisco Guterres Lu-Olo eleito Presidente da República
Bissau, 21 Mar 17(ANG) - Francisco Guterres Lu-Olo
foi eleito Presidente da República de Timor-Leste nas eleições de
segunda-feira, segundo os dados oficiais relativos à contagem de 90,09 por
cento dos votos.
Quando estão contados 90,09 por cento dos votos,
segundo o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), Lu-Olo lidera
a contagem, com 262.147 votos ou 57,42% do total, à frente do segundo
classificado, António da Conceição, que tem 147.436 votos ou 32,29 por cento do
total.
Para vencer, qualquer candidato teria de obter 50%
dos votos válidos mais um, ou 261.289, valor já ultrapassado por Lu-Olo.
Num universo de 743.150 eleitores, mesmo que a taxa
de participação nos locais ainda por escrutinar fosse 100 por cento, faltariam
contar 73.646 votos, ou seja, menos do que aqueles de que António da Conceição
precisaria para evitar a vitória de Lo-Olo.
Dirigentes do Partido Democrático (PD), que apoiou
o segundo candidato mais votado nas eleições presidenciais, António da
Conceição, já congratularam hoje Francisco Guterres Lu-Olo pela vitória no
sufrágio de segunda-feira.
Francisco Guterres Lu-Olo foi apoiado pelos maiores
partidos timorenses, Fretilin (Frente Revolucionária de Timor-Leste
Independente) e CNRT (Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste).
Cerca das 13:00 locais de segunda-feira (04:00 em Bissau),
e 22 horas depois do fecho das urnas, o escrutínio provisório estava concluído
em oito dos 12 municípios, na região especial de Oecusse-Ambeno e nos três
centros de votação no estrangeiro (Sydney, Darwin e Lisboa).
Falta terminar a contagem em Bobonaro, Dili, Ermera
e Lautem, municípios onde Lu-Olo lidera também a contagem.
Esta foi a terceira tentativa de Lu-Olo chegar à
Presidência da República (perdeu na segunda volta em 2007 e 2012).
Lu-Olo teve o apoio do líder histórico da
resistência timorense Xanana Gusmão, do CNRT, que formalizou o apoio ao
candidato dando instruções às bases para votarem pelo líder da Fretilin, que,
outrora, era o seu principal rival.
António da Conceição, actual ministro da Educação e
secretário-geral do PD, teve o apoio do Khunto - força ligada ao grupo de artes
marciais Korka - e de alguns militantes do Partido de Libertação do Povo (PLP),
força política que poderá vir a ser liderada, depois de 20 de Maio, pelo actual
chefe de Estado, Taur Matan Ruak.
Conceição enfrentou, porém, alguma divisão interna
no PD - alguns dirigentes não apoiaram a ideia de uma candidatura presidencial
e questionaram a influência do Khunto, cuja presença em algumas caravanas
chegava a ser maioritária.
Houve ainda divisão no PLP, com os veteranos do
partido a recusarem apoiar Conceição num combate directo com um companheiro da
luta contra a ocupação indonésia.
ANG/Lusa
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