quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Economia



“Guiné-Bissau fez "progressos consideráveis" nas reformas estruturais” diz  FMI
    
Bissau, 04 Out 17 (ANG) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou terça-feira que a Guiné-Bissau registou progressos consideráveis ao nível das reformas estruturais e foram cumpridas até junho as metas e critérios exigidos no âmbito do Programa Alargado de Crédito.
"Tem havido uma boa implementação do programa até à quarta avaliação. A missão congratula-se com o forte empenho das autoridades na consecução das metas e objetivos do programa, consolidando a estabilidade macroeconómicas e promovendo reformas estruturais de apoio a um crescimento económico forte e de base alargada", afirmou Tobias Rasmussen, chefe da missão do FMI para a Guiné-Bissau.

Segundo Tobias Rasmussen, que falava em conferência de imprensa em Bissau, "foram respeitados todos os critérios de desempenho e metas indicativas para o final de junho de 2017 e registaram-se progressos consideráveis ao nível das reformas estruturais".

O FMI iniciou a 21 de setembro, e terminou terça-feira, a sua quarta avaliação à Guiné-Bissau no âmbito do Programa Alargado de Crédito que tem com o país e também a visita vinculada ao abrigo do artigo IV, que ocorre a todos os países que trabalham com aquela organização financeira internacional.

"A atividade económica caracterizou-se por um comportamento dinâmico. Prevê-se que o crescimento real do PIB (Produto Interno Bruto) se situe nos 5,5por cento em 2017, com uma inflação de 2por cento e uma conta corrente externa geralmente equilibrada", afirmou o responsável.
Tobias Rasmussen afirmou que os bons resultados económicos foram sustentados pelo preço da campanha de caju, que aumentou significativamente os rendimentos dos agregados familiares rurais, mas alertou para a necessidade de dependência das exportações daquele fruto, aconselhando a uma maior diversificação da economia.

O FMI considerou também que uma "gestão prudente e eficaz melhorou a posição orçamental e reforçou a estabilidade macroeconómica".

"A aplicação mais rigorosa de procedimentos orçamentais permitiu reforçar o controlo da despesa. A gestão da dívida também melhorou, graças a medidas como a consolidação de empréstimos de bancos comerciais e o cancelamento de linhas de crédito", disse Tobias Rasmussen.

O FMI congratulou-se com as ações feitas pelas autoridades para reforçar o setor bancário e incentivou o Governo a "fortalecer os mercados financeiros e elaborar um plano de inclusão financeira".

A organização financeira pediu também ao Governo para "dedicar a margem orçamental" às prioridades sociais e infraestruturais, incluindo a reestruturação da empresa Eletricidade e Água da Guiné-Bissau (EAGB), para melhorar o fornecimento e abastecimento de água e eletricidade.
O Programa Alargado de Crédito, num montante de 23,5 milhões de dólares (cerca de 21 milhões de euros), foi aprovado em julho de 2015.

A última transferência no âmbito daquele programa ocorreu em maio e teve o valor de 3,7 milhões de euros. 

ANG/Lusa

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