Democratas e
Republicanos dividem o país e o controlo do Congresso
Bissau, 08 nov 18 (ANG) - As eleições intercalares nos EUA
dividiram a meio o país e o controlo do Congresso, com os Republicanos a
perderem o controlo da Câmara de Representantes e a reforçarem a maioria no
Senado.
Ainda com vários resultados por apurar, há já a certeza de que o
Partido Democrata ganhou o controlo da Câmara de Representantes e de que o
Partido Republicano reforçou a sua maioria no Senado.
O presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, já
reconheceu a derrota na Câmara de Representantes e telefonou à líder dos
democratas, Nancy Pelosi, para felicitá-la pela vitória do seu partido naquele
órgão do Congresso norte-americano.
Trump telefonou igualmente ao líder da maioria republicana no
Senado, Mitch McConnell, “para o felicitar pelas conquistas históricas” no
Senado.
Mas uma das maiores preocupações de Trump e dos Republicanos é o
resultado nas corridas aos lugares de governadores, com as projecções mais
recentes a indicarem que os Democratas deverão ganhar oito novos Estados,
aumentando a vantagem de 16 que já possuíam sobre os Republicanos.
Com a eleição de alguns assentos na Câmara de Representantes
ainda por apurar, as projecções indicam que o Partido Democrata deverá
recuperar cerca de 30 lugares, ficando com cerca de 230 congressistas contra
cerca de 205 dos Republicanos.
No Senado, duas corridas estão ainda em aberto (Arizona e
Montana), mas as projecções indicam que os Republicanos devem manter o
controlo, reforçando a maioria com dois a três lugares (54 contra 46).
A perda da hegemonia Republicana no Congresso acontece após umas
eleições que ficarão na história com uma das mais concorridas (mais de cem
milhões de eleitores) e uma das mais caras (com estimativas a indicar que os
candidatos gastaram mais de cinco mil milhões de euros nas campanhas).
Mas ambos os partidos reclamam vitória, olhando para os bons
resultados que os Democratas conseguiram nas zonas suburbanas e que os
Republicanos conseguiram nas zonas rurais do interior.
Donald Trump reagiu no Twitter – “Tivemos uma tremenda vitória,
esta noite”.
O Presidente mostrou-se particularmente satisfeito com o reforço
Republicano no Senado, depois de se ter envolvido directamente na campanha,
tendo participado em 42 comícios, em 22 Estados.
Do lado democrata, Nancy Pelosi, líder parlamentar dos
Democratas, reagiu aos resultados com igual satisfação, prometendo que
utilizará a maioria na Câmara de Representantes para prosseguir uma agenda
bipartidária para o país e trabalhar para “soluções que nos unam”.
À boca das urnas, as sondagens revelaram que o tópico que mais
preocupou os eleitores foi a questão dos cuidados de saúde, com os dois
partidos divididos sobre o futuro do programa Democrata conhecida como
Obamacare, que a agenda Republicana procura rejeitar.
O segundo tema mais relevante, nas respostas dos eleitores, é a
questão da imigração, que Donald Trump trouxe de forma exuberante para a
campanha, tendo sido muito criticado pelos candidatos democratas, que defendem
regras mais inclusivas.
Estas eleições ficam ainda marcadas pelos números recorde de
eleitores jovens e de eleitores de minorias.
Mas também o perfil dos eleitos teve uma alteração, com a
nomeação de mais de cem mulheres para o Congresso, sobretudo pelo partido
Democrata.
Com o novo equilíbrio entre o Senado de maioria Republicana e a
Câmara de Representantes de maioria Democrata, os analistas preveem um clima
político mais hostil à Casa Branca de Donald Trump.
Vários congressistas eleitos pelo Partido Democrata prometeram
na noite eleitoral uma forte resistência à agenda legislativa dos Republicanos,
mas também um escrutínio mais activo das políticas de Donald Trump.
Alguns sugerem que poderão mesmo iniciar um processo de
“impeachment” ao Presidente, por suspeição de conluio com uma alegada
interferência do governo russo nas eleições presidenciais de 2016. ANG/Lusa/Inforpress
Sem comentários:
Enviar um comentário