Senegal/Presidente Macky Sall diz que redes sociais são um cancro das sociedades modernas
Bissau, 04 Mai 22(ANG) – O Presidente do Senegal, Macky Sall, declarou na terça-feira que “as redes sociais se tornaram um verdadeiro cancro das sociedades modernas” e apelou à sua regulamentação através de uma lei, noticiaram hoje os meios de comunicação locais.
“O
próprio Estado empreendeu uma reforma, mas quisemos esperar pelas conclusões
[dos assessores de imprensa] para integrar tudo numa lei que terá de ser
aprovada para regular as redes sociais e a internet de uma forma séria”, disse
Sall durante a cerimónia tradicional de entrega dos cadernos de reclamações dos
trabalhadores ao Presidente senegalês.
Argumentou
que a regulamentação das redes sociais é necessária por “razões de segurança
nacional”, mas também por “respeito pela harmonia nacional” e “pela dignidade
do povo”, referindo-se aos insultos “gratuitos” que são feitos através deste
canal “sob anonimato”.
“Nenhuma
sociedade organizada pode aceitar o que está a acontecer aqui hoje [no
Senegal]”, acrescentou.
Coincidindo
com o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, Sall, que na sua conta do Twitter
prestou homenagem aos jornalistas que promovem a liberdade de expressão,
advertiu que 29 jornais e 450 portais de notícias num “pequeno país como o
Senegal” é “simplesmente anarquia”, argumentando que ninguém tem tempo para os ler
a todos.
As
observações do Presidente surgem quando se aproximam as próximas eleições
legislativas, marcadas para julho, e as eleições presidenciais de 2024, após a
realização de eleições locais em janeiro último, há muito aguardadas após
sucessivos adiamentos desde 2019.
O
Senegal é conhecido pela sua estabilidade política e alternância democrática e
é o único país da África ocidental que não sofreu um golpe de Estado.
Segundo
a organização Repórteres Sem Fronteiras, “a consolidação democrática do país e
as leis em vigor garantem a liberdade de imprensa”, mas “o pluralismo dos media
senegaleses é contrariado pela predominância da política no tratamento da
informação, especialmente nos jornais.
ANG/Inforpress/Lusa
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