Camarões/Macron pede aos historiadores
"luz" sobre a acção da França no país
Bissau, 27 Jul 22 (ANG) - O Presidente francês, Emmanuel Macron,
pediu terça-feira aos historiadores que "lancem luz" sobre a acção da
França nos Camarões durante a colonização e após a independência, anunciando a
abertura "completa" dos arquivos franceses sobre momentos
"dolorosos" e "trágicos".
"Espero que possamos ter
e lançar juntos um trabalho conjunto de historiadores camaroneses e
franceses", propôs Macron numa conferência de imprensa em Yaoundé,
juntamente com o seu homólogo camaronês, Paul Biya.
Antes da independência
dos Camarões, em 1960, as autoridades francesas reprimiram com violência os
militantes nacionalistas empenhados na luta armada contra o colonizador.
As declarações de Macron
surgem no dia seguinte ao apelo de um grupo de partidos políticos camaroneses
ao Presidente francês para que reconheça os "crimes da França colonial".
"Temos uma disputa
histórica com a França e aproveitamos a oportunidade para sensibilizar os
camaroneses em relação ao problema com a França, que é colocar todos os crimes
da França sobre a mesa e resolver o problema definitivamente, se quisermos ter
uma relação pacífica", disse Bedimo Kuoh, do Movimento Africano para a
Nova Independência e Democracia (Manidem), numa conferência de imprensa em
Douala.
Durante a última visita
de um presidente francês a Yaoundé, François Hollande tinha admitido em 2015
que tinha havido "episódios extremamente atormentados, mesmo
trágicos", acrescentando na altura: "Estamos abertos para que os
livros de história possam ser abertos e os arquivos também".
O discurso sobre este
período "alimenta uma forma de desconfiança e fantasia" que mancha a
imagem da França, comentou um diplomata francês ouvido pela agência notícias
France-Presse (AFP). ANG/Angop
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