Emanuel Macron/Sociólogo guineense considera visita de “honrosa” na medida em que se trata de Chefe de Estado de um “país importante”
Bissau, 25 Jul 22 (ANG) – O
socióliogo guineense Diamantino Domingos Lopes considerou de “honrosa” a visita
do Presidente francês à Guiné-Bissau, prevista para o próximo dia 28,uma vez
que “se trata de um Chefe de Estado de um país muito importante da União
Europeia” e que sempre esteve presente na Costa ocidental da África, em
particular.
O igualmente analista político e docente na Universidade Lusófona da Guiné, disse que a vinda de Emanuel Macron à Bissau é bom, do ponto de vista politico, sobretudo para o Presidente da República, uma vez que pode capitalizar ganhos político-diplomáticas, por ser uma visita “inédita” de um Presidente da França à Guiné-Bissau.
Domingos Lopes sublinhou que
a agenda francesa é bem clara ou seja, que a França tem uma agenda geopolitica,
geoestratégia e geoeconómica na Costa Ocidental da África, sobretudo no Mali, Burkina
Faso e na Guiné-Conacri, países que sofreram golpes de Estado, e são zonas de
muito interesse francês por causas dos recursos minerais.
“A visita acontece no momento
em que a Guiné-Bissau está a assumir à presidência rotativa da Comunidade Económica
dos Estados da África Ocidental(CEDEAO) o que vai servir de uma porta para a França
repiscar a sua zona de conforto que neste momento está a sair do seu controlo”,
sustentou,
O analista disse que mesmo no
Senegal, principal afiliado, por assim dizer, a França está a perder o seu
protagonismo, devido a consciência civica e uma “oposição muito forte” neste
país vizinho.
Segundo o sociólogo, o
Presidente guineense, na qualidade de Presidente da Conferência de Chefes de
Estados e de Governos da CEDEAO pode ter influência na definição da agenda e
pode usar a presidência guineense como um “cavalo” para tirar o máximo de proveitos.
Diamantino Lopes disse ser
sua preocupação a contrapartida de tudo
isso ou seja o seu impacto na
Guiné-Bissau.
Para o sociólogo, o país tem
dois problemas que não favorecem a agenda nacional, e diz que o primeiro tem a ver com a falta de um Governo normal
e sem a Plenaria da Assembleia Nacional Popular em funcionamento, o que leva muitas vozes a questionar sobre o porquê de a
Guiné-Bissau ter assumido a Presidência da Conferência de Chefes de Estados da
CEDAEO, se neste momento “não está a cumprir com os valores democráticos”.
“Esta situação pode não
favorecer a agenda nacional . Até agora não se sabe, claramente, qual é o
programa que o país está a implementar para atingir o desenvolvimento, apesar
de tanto se falar da diplomacia agressiva, mas sem ter aquele impacto desejavél.
Acaba por se resumir em simples visítas de
Chefes de Estados, como temos vindo a assistir nos últimos tempos ou seja tudo
continua na mesma, sem melhorias em termos politicos, democráticos e económicos, nem grandes acordos de parceria
público-privado”,admitiu.
Diamantino Domingos Lopes
disse que cabe as autoridades nacionais saber tirar o melhor proveito desta
visita do Presidente de um gigante europeu, que sempre esteve presente na
Guiné-Bisssau.
“A coperação bilateral não é muito forte e as
autoridades nacionais podem explorar a visita em termos da cooperação nas mais
diversas áreas., Não tendo, claro, o que se quer, o maior beneficiário vai
continuar a ser a França,”salientou.
O presidente Emmanuel Macron deve estar em Bissau na próxima quinta-feira, dia 28, naquilo que é a primeira visita de um chefe de Estado francês ao país.
Sem comentários:
Enviar um comentário