Óbito JES/ Família
e representantes do Estado angolano negoceiam exéquias
Segundo
a mesma fonte, o executivo terá dado garantias de segurança quanto à
trasladação do corpo e presença de todos os elementos da família, alguns deles
visados em processos judiciais, e o sepultamento do corpo num cemitério de
Angola, já que o objetivo é criar condições para acolher os restos mortais num panteão.
A
primeira reunião teve lugar no sábado e contou com as delegações angolanas e
membros da família, sendo marcada pela ausência de Tchizé dos Santos, uma das
filhas mais velhas e que se mostra contrária a qualquer acordo com o governo
angolano no sentido de o corpo do pai ser enviado para Luanda antes das
eleições, e do filho José Filomeno dos Santos “Zenu” que se encontra em
Angola, aguardando em liberdade a decisão sobre o recurso que interpôs
após ter sido condenado a cinco anos de prisão.
A
reunião, que durou cerca de hora e meia decorreu na casa onde vivia José
Eduardo dos Santos – o mesmo local onde deverá realizar o encontro de hoje – e
estiveram presentes a mulher, Ana Paula dos Santos e os três filhos que tem em
comum com o antigo presidente, um outro filho, Joess dos Santos, participando
por vídeoconferência Isabel dos Santos, a primogénita, e José Eduardo Paulino
dos Santos “Coreon Du”, irmão de Tchizé dos Santos, bem como seis sobrinhos e
uma das irmãs de José Eduardo dos Santos, Marta dos Santos.
Terá
sido ocasião para apresentar as propostas do executivo, que os irmãos deveriam
analisar no domingo, a sós, para voltarem a reunir hoje com as delegações
angolanas, que integram membros do executivo (o ministro de Estado e Chefe da
Casa Militar, Francisco Furtado, o ministro das Relações Exteriores, Tete
António, o embaixador de Angola em Espanha e o secretário do Presidente da
Republica para as Relações Internacionais e da justiça, liderados pelo
Procurador Geral da Republica, Hélder Pitta Grós.
Segundo
a fonte contactada pela Lusa, foram dadas garantias quanto às condições de
segurança para fazer a transladação dos restos mortais e o transporte de toda a
família que se encontra em Espanha para Angola.
A
família, por sua vez, deverá indicar o local em Angola e as condições para a
realização das exéquias do antigo chefe de Estado, que tem vários membros da
família em rota de colisão com o executivo, devido aos processos judiciais e
alegadas perseguições de que as filhas mais velhas – Isabel e Tchizé – dizem
ser vítimas
Para
já “foi também discutida e descartada a hipótese de o enterro ser realizado num
cemitério em Angola”, tendo sido tomada a decisão de dar início à preparação de
um memorial onde serão depositados os restos mortais do falecido, que será
transformado num panteão nacional
“Enquanto
isto decorre, foram dadas garantias de que o corpo sairia não para estar
sepultado, mas num sarcófago num local a indicar pela família”, refere a mesma
fonte.
Quanto
à data para o funeral, “realizar-se logo que o corpo esteja em Angola, sem
haver ato de sepultamento”.
Além
do acordo com a família, a libertação do corpo está também dependente de uma
decisão do tribunal espanhol sobre a providência cautelar interposta pelas
filhas mais velhas para impedir que o corpo saia de Espanha.
A
mesma fonte indicou que a autópsia já foi feita e que o relatório deverá ser
entregue ao tribunal e avançou que para a reunião de hoje “tudo está a ser
feito” para que também Tchizé dos Santos e “Zenu” participem, este último de modo
remoto. ANG/Inforpress/Lusa
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