Angola-Eleições/MPLA
reafirma combate à corrupção e acusa UNITA de pactuar com “corruptos”
Bissau, 11 Ago 22 (ANG) – O Presidente de República de Angola e candidato do MPLA às eleições, João Lourenço, reafirmou quarta-feira o combate à corrupção e acusou a UNITA, principal partido da oposição, de pactuar com corruptos.
“Angola
está efectivamente a combater a corrupção”, disse João Lourenço num comício em
Malanje, considerando “irónico” que alguns dos seus concorrentes digam que o
Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) “não está a fazer nada”.
“O
que é irónico é que esses que defendem esse ponto de vista fizeram um pacto com
os corruptos, estão a comer no prato dos corruptos, estão a ser financiados
pelos dinheiros saídos de Angola pela porta da corrupção, esses são os seus
reais financiadores”, sublinhou Lourenço, insinuando que a candidatura do
presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA)
estará a ser financiada por pessoas visadas pela justiça angolana.
“Não
temos que nos admirar em termos de alianças, essa oposição já teve alianças
piores do que estas, quem se aliou ao ‘apartheid’ não admira que se alie
aqueles que esvaziaram os cofres do Estado e levaram esses recursos para outras
economias, quem se alia ao ‘apartheid’ [a África do Sul apoiou a UNITA na
guerra civil, enquanto o MPLA era apoiado pela União Soviética e Cuba]
facilmente se alia aos corruptos que fugiram de Angola acusados da prática de
corrupção”, apontou.
O
Governo angolano tem sido frequentemente acusado de levar a cabo uma justiça
selectiva visando familiares ou colaboradores próximos do antigo presidente
José Eduardo dos Santos, que morreu em 08 de Julho em Barcelona e relativamente
ao qual se mantém uma disputa judicial quanto às exéquias entre alguns dos seus
filhos e o regime angolano.
Tchizé
dos Santos, uma das filhas, militante e ex-deputada do MPLA tem demonstrando
publicamente o seu apoio à candidatura de Adalberto da Costa Júnior, mas nenhum
dos restantes filhos se pronunciou sobre campanhas partidárias, em particular
Isabel dos Santos, que vive fora de Angola há vários anos e é visada em vários
processos cívis e criminais.
Num registo
áudio a que a Lusa teve acesso, Tchizé dos Santos responde a João Lourenço
afirmando que “as pessoas que está a acusar de terem fugido” se encontram em
países que “não escondem bandidos” e acusa o chefe do executivo de estar a
“usar a justiça angolana para inventar crimes contra os outros”.
As
eleições gerais angolanas, quinto escrutínio da história política do país,
estão marcadas para 24 de Agosto e concorrem oito formações políticas, em
campanha eleitoral desde 24 de julho. ANG/Inforpress/Lusa
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