quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Sociedade/Antigos combatentes exigem “devolução imediata” das pensões cortadas pelo Governo

Bissau, 11 Ago 22(ANG) - Um grupo de antigos combatentes da Liberdade da Pátria exigiu quarta-feira, em manifestação na praça de heróis nacionais, frente ao Palácio da República,  a “devolução imediata” das suas pensões que, alegadamente, terão sido cortadas pelo governo.


Muitos dos manifestantes cantavam em crioulo “Bô Danu Nô Direito, Combatentes Tá Paga Renda”, ( “dêm-nos os nossos direitos,
 combatentes pagam rendas de casa”).

O grupo, de bandeira nacional em punho, acusou  o governo de “falta de vontade” quanto a necessidade de fixação de uma pensão de sobrevivência para os antigos combatentes  e dizem que foram abandonados pelos sucessivos governos.

Segundo o jornal O Democrata, em entrevista aos jornalistas na quarta-feira,  o Secretário do Conselho Nacional dos Filhos de Combatentes da Liberdade da Pátria, Malamine Mandjai acusou o governo de ter bloqueado a pensão dos combatentes mortos, depois de ter feito o recenseamento de funcionários públicos e de pensionistas do país.

“Estamos aqui para manifestar a nossa indignação face à situação dos combatentes. O governo está a violar as leis do país, nomeadamente o artigo 5º da Constituição da República e os decretos lei nº 5/75 e nº1/86. Alguns combatentes recenseados não receberam até ao momento as suas pensões e para muitos ainda não foram fixadas pensões” disse Mandjai.

Embora o Conselho não tenha o número exato de combatentes que não recebem há mais de dois meses as suas pensões, Malamine Mandjai afirma que os combatentes vivem na extrema pobreza no país, defendendo a fixação de pensão de sobrevivência aos combatentes.

“O governo não tem vontade de fixar a pensão de sobrevivência. Fizemos todos os documentos necessários. Em tempos disseram-nos que não havia cabimento orçamental. Recentemente mantivemos um encontro com o Ministro da Função Pública e este confirmou que o primeir-ministro é que autorizou a corte de pensões aos combatentes mortos e que depois o governo iria fixar uma pensão de sobrevivência. Querem ludibriar-nos. Ontem não havia cabimento mas  hoje há cabimento orçamental ” disse Malamine Mandjai. ANG/O Democrata

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