Sociedade/Antigos combatentes exigem “devolução imediata” das pensões cortadas pelo Governo
Bissau, 11 Ago 22(ANG) - Um grupo de antigos combatentes da Liberdade da Pátria exigiu quarta-feira, em manifestação na praça de heróis nacionais, frente ao Palácio da República, a “devolução imediata” das suas pensões que, alegadamente, terão sido cortadas pelo governo.
Muitos dos manifestantes cantavam em crioulo “Bô Danu
Nô Direito, Combatentes Tá Paga Renda”, ( “dêm-nos os nossos direitos, combatentes pagam rendas de casa”).
O grupo, de bandeira nacional em punho, acusou o governo de “falta de vontade” quanto a necessidade
de fixação de uma pensão de sobrevivência para os antigos combatentes e dizem que foram abandonados pelos sucessivos
governos.
Segundo o jornal O Democrata, em entrevista aos
jornalistas na quarta-feira, o
Secretário do Conselho Nacional dos Filhos de Combatentes da Liberdade da
Pátria, Malamine Mandjai acusou o governo de ter bloqueado a pensão dos
combatentes mortos, depois de ter feito o recenseamento de funcionários
públicos e de pensionistas do país.
“Estamos aqui para manifestar a nossa indignação face
à situação dos combatentes. O governo está a violar as leis do país,
nomeadamente o artigo 5º da Constituição da República e os decretos lei nº
5/75 e nº1/86. Alguns combatentes recenseados não receberam até ao momento as
suas pensões e para muitos ainda não foram fixadas pensões”
disse Mandjai.
Embora o Conselho não tenha o número exato de
combatentes que não recebem há mais de dois meses as suas pensões, Malamine
Mandjai afirma que os combatentes vivem na extrema pobreza no país, defendendo
a fixação de pensão de sobrevivência aos combatentes.
“O governo não tem vontade de fixar a pensão de
sobrevivência. Fizemos todos os documentos necessários. Em tempos disseram-nos
que não havia cabimento orçamental. Recentemente mantivemos um encontro
com o Ministro da Função Pública e este confirmou que o primeir-ministro é que
autorizou a corte de pensões aos combatentes mortos e que depois o
governo iria fixar uma pensão de sobrevivência. Querem ludibriar-nos. Ontem não
havia cabimento mas hoje há cabimento
orçamental ” disse Malamine Mandjai. ANG/O
Democrata
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