Cimeira Rússia-África/Putin disse que a Rússia deu armas e treino a mais de 40 países em África
Bissau, 28 jul 23 (ANG) - O
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou hoje que já assinou contratos de
armamento com mais de 40 países africanos, no âmbito da "cooperação
militar e técnico-militar".
Na intervenção, citada pela
agência espanhola de notícias, a EFE, Putin destacou que parte dos
fornecimentos foram feitos de forma gratuita, já que o derradeiro objetivo é
garantir a soberania e a segurança nacionais.
"A Rússia assinou
contratos de cooperação técnico-militar com mais de 40 países de África, aos
quais fornecemos uma ampla diversidade de armas e equipamento de defesa",
sublinhou o chefe de Estado russo.
Sem chegar aos níveis da
antiga União Soviética, a Rússia assinou, desde a anterior cimeira com África,
em 2019, contratos no valor de cerca de 10 mil milhões de dólares, o
equivalente a perto de 9 mil milhões de euros.
No discurso, Putin disse
também que que já perdoou cerca de 23 mil milhões de dólares aos países
africanos, anunciando que quer conceder mais 80 milhões de euros para
"reduzir o fardo económico" do continente.
"Até agora, a
quantidade total de dívida que já cancelámos é de 23 mil milhões de dólares [21
mil milhões de euros] e, depois dos últimos pedidos dos países africanos, vamos
alocar mais de 90 milhões de dólares [82 milhões de euros] para o
desenvolvimento destes objetivos", disse o chefe de Estado em declarações
à agência de notícias estatal russa, a TASS, citada pela homóloga espanhola, a
EFE.
"A situação em muitos
países africanos é instável, mas isso é o legado do colonialismo", disse o
Presidente russo, durante o discurso.
O cancelamento de cerca de
20 milhões de euros surge na sequência de um aumento da dívida pública dos
países africanos, confrontados ainda com os efeitos da pandemia de covid-19,
mas também com a subida dos preços alimentares e da energia desde a invasão da
Ucrânia pela Rússia.
"A situação em muitos
países de África é instável, mas isso é o legado do colonialismo",
argumentou, vincando que o continente "está a tornar-se num centro de
poder" e "uma realidade a ter em conta".
África "está preparada
para resolver problemas e, isto, por si mesmo, diz muito, porque antes qualquer
iniciativa de mediação estava monopolizada por países pertencentes às chamadas
'democracias desenvolvidas' e esse monopólio terminou", disse Putin,
referindo-se à tentativa de mediação do conflito Rússia-Ucrânia por parte de
sete países africanos, liderados pela África do Sul.
Passando em revista vários
temas importantes para África, Putin disse que o continente devia ter uma voz
mais poderosa nas Nações Unidas e garantiu que a Rússia é uma "garantia da
segurança económica" do continente.ANG/Lusa
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