Guerra
da Ucrânia/Kiev reivindica ataque com drones a Moscovo
Bissau,25 jul 23(ANG) - A
Ucrânia reivindicou, esta segunda-feira, o ataque com drones que atingiu
Moscovo durante a noite, mostrando, desta forma, a vulnerabilidade da capital
russa. Ao mesmo tempo, novos ataques atingiram a Crimeia e a região ucraniana
de Odessa. O Kremlin já informou que serão tomadas "medidas" para
defender Moscovo.
Kyiv denominou o ataque a
Moscovo de "operação especial" e foi levada a cabo pelo serviço de
inteligência militar. Trata-se de uma rara reivindicação ucraniana, que
normalmente desmente ou não comenta, e que acontece numa altura em que o
Presidente Volodymyr Zelensky tinha prometido uma resposta firme aos ataques
russos a Odessa, que aconteceram este fim-de-semana, fizeram dois mortos e
destruíram parcialmente a catedral.
A região de Moscovo não era
alvo de drones há quase três semanas. O exército russo denunciou um "acto
terrorista", afirmou que dois drones ucranianos foram neutralizados e
caíram sem causar vítimas. Um dos drones caiu numa via importante da capital
russa, Komsomolsk Prospekt, perto do Ministério da Defesa.
Moscovo e arredores, que
estão a mais de 500 km da fronteira ucraniana, já foram alvo de ataques de
drones, incluindo um que atingiu o Kremlin em Maio passado.
A 04 de Julho, cinco drones
foram abatidos na região de Moscovo, segundo as autoridades russas, num ataque
que perturbou o funcionamento do Aeroporto Internacional de Vnukovo, um dos
três principais aeroportos da capital.
O porta-voz do Kremlin
informou os jornalistas esta segunda-feira que estavam a ser tomadas
"medidas" para defender Moscovo, acrescentou que "todos os
drones" foram abatidos e que, em resposta, a Rússia continuaria a sua
"operação militar" na Ucrânia.
Este ataque a Moscovo ecoa
os que têm atingido a Crimeia e o sul da Ucrânia nas últimas semanas, onde as
tensões aumentaram após a Rússia abandonar o acordo crucial para a exportação
de cereais ucranianos pelo Mar Negro.
Na Crimeia, um depósito de
munições foi atingido num novo ataque de drones ucranianos, no distrito de
Djankoï, no norte da península anexada. De acordo com o exército russo, 14
drones lançados sobre a Crimeia foram neutralizados e outros três foram
abatidos pela defesa antiaérea.
Um novo ataque de drones
russos, com "quase quatro horas de duração", também visou uma
infra-estrutura portuária ucraniana na região de Odessa e destruiu um armazém
de cereais.
Na frente de batalha, Kiev
afirmou, esta segunda-feira, que reconquistou mais de 16 km2, na semana
passada, no leste e sul do país, quase dois meses após o início da
contra-ofensiva.
Entretanto, o Kremlin
desmentiu que a Rússia tenha atacado a Catedral da Transfiguração, a maior
catedral ortodoxa da cidade ucraniana de Odessa. Moscovo sublinha que as forças
russas não atacam infra-estruturas sociais ou religiosas. Dmitri Peskov,
porta-voz da Presidência russa, garante que as acusações feitas contra a Rússia
são "completamente falsas" e acrescenta que foram os
"antimísseis" ucranianos lançados para interceptar projécteis russos
que acabaram por atingir a catedral.ANG/RFI
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