RDN/Autoproclamado diretor-geral restringe à 10
pessoas, entradas de técnicos e jornalista na estação
Bissau, 12 Dez 23 (ANG) – O autoproclamado
diretor-geral da Radiodifusão Nacional(RDN), Mamasaliu Sané só admitiu hoje a entrada de
apenas dez trabalhadores nas instalações da estação emissora, na sequência de manifestação
realizada, segunda-feira, pelos funcionários contra sua pessoa.
Mamasaliu Sané se assumiu nos últimos
dias, como novo responsável do órgão e contra-ataca
dizendo que o diretor-geral Baió Dansó e
os responsáveis de informação estavam a praticar a censura, após o Presidente da República Umaro
Sissoco Embaló, ter dissolvido o parlamento e demitido o Governo eleito, no
passado dia 04, na sequência de confrontos armados entre a Guarda Nacional e as
Forças Armadas.
Numa conversa telefônica, um dos
funcionários da RDN, Emerson Gomes Correia, confirmou à ANG a existência de uma
lista com os nomes dos trabalhadores autorizados hoje a entrar na estação
emissora.
Disse que, a Rádio Nacional conta com
um pouco mais 90 funcionários entre técnicos, administradores e jornalistas.
Na segunda-feira os funcionários se manifestaram
diante da estação contra Mamasaliu Sané que nos últimos dias se assumiu como
novo responsável do órgão e que foi acusado pelos trabalhadores de estar a impor censura.
Em declarações à imprensa, Filomena
Tavares disse que desde o passado dia 6
que Mamasaliu Sané, antigo diretor do órgão, se assumiu como novo responsável
da estação “sem que tenha sido nomeado por ninguém”.
“Na passada quarta-feira, o senhor
Mamasaliu Sané, antigo diretor-geral, chegou aqui com polícias e mandou reunir
o ‘staff’ que o diretor-geral, Baio Danso, nomeou e disse-nos que a partir
daquele dia ele é que é o diretor-geral da Rádio Nacional”, afirmou Tavares.
Falando numa vigília em que os
funcionários empunhavam velas acesas, em “sinal de luto” na Rádio Nacional,
Filomena Tavares disse que a manifestação visa denunciar, não só a forma como Mamasaliu Sané
assumiu a direção da RDN, mas também pela
censura de informações que tem sido
imposta no órgão.
“Entendemos que isso é um assalto à Rádio
Nacional, uma falta de respeito aos funcionários desta rádio que acompanhou o
processo da independência da Guiné-Bissau e que está a trabalhar para o
desenvolvimento do país”, notou ainda Filomena Tavares.
Os funcionários pretendia manter a vigília
até à tarde de segunda-feira mas a polícia os dispersou quando estavam a
dar entrevistas para vários órgãos de
comunicação social.
Mamasaliu Sané fora nomeado em Conselho
de Ministros pelo Governo de iniciativa presidencial que cessou funções com a
realização de eleições legislativas antecipadas de Junho passado, ganhas pela
Coligação PAI-Terra Ranca, coordenada pelo PAIGC.
O Governo resultante das eleições de
Junho nomeou Baio Danso, Diretor-geral da RDN, dando por finda a comissão de
serviço que Mamasaliu Sané exercia no órgão. Mal acaba de ser anunciado a
dissolução do parlamento no dia 04 de Dezembro, e na ausência do Diretor-geral
em exercício, Sane insurgiu-se com polícias na RDN e autoproclamou-se novo DG da RDN. ANG/LPG/ÂC//SG
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