Política/Líder do Partido Africano para Paz e Estabilidade pede eleições
antecipadas dentro de 90 dias
Bissau,04 Jan 24(ANG) - O
líder do Partido Africano Para Paz e Estabilidade Social (PAPES), pediu ao
Presidente da República para convocar eleições legislativas antecipadas nos
próximos 90 dias.
A posição de Malam Cissé foi
tornada pública em conferência de imprensa para analisar a situação
sócio-político do país, após a decisão do Presidente, Umaro Sissoco Embaló, de
dissolver o Parlamento e demitir Governo eleito, no passado dia 04 de Dezembro
do ano 2023.
Sissé afirmou que o Executivo, entretanto,
instituído pelo chefe de Estado, está na informalidade, por ter sido
constituído por pessoas que não foram eleitas pelo povo.
"O Governo eleito pelo
povo foi demitido e as pessoas que estão hoje no Governo estão na informalidade",
salientou.
O líder do PAPES, partido
que não elegeu nenhum deputado nas últimas eleições legislativas, realizadas em
junho, notou que os membros do atual Governo de iniciativa presidencial são
pessoas que já provaram no passado a sua incapacidade de dirigir o país.
Além do Governo atual, Malam
Sissé afirmou que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e a Comissão Nacional de
Eleições (CNE) também estão na informalidade.
Sissé apontou para o facto
de o STJ funcionar atualmente com um presidente interino e a CNE com um
secretariado executivo caduco.
"Com um Governo
informal, sem um parlamento, o único órgão que funciona na formalidade é o
Presidente da República", disse o líder do PAPES que apela ao chefe de
Estado para convocar eleições legislativas.
Na opinião de Malam Sissé,
as eleições legislativas devem ser marcadas para março.
A Guiné-Bissau vive desde
finais do ano passado uma nova crise política que culminou com a dissolução do
Parlamento e demissão do Governo eleito, por ordens do chefe de Estado, na
sequência de confrontos armados entre as Forças Armadas e a Guarda Nacional que
tentou retirar das celas da Polícia Judiciária dois membros do Governo acusados
de corrupção.
Umaro Sissoco Embaló
considerou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado. O Presidente
guineense defendeu que o país estava perante uma grave crise institucional que
tinha como epicentro o parlamento.
Vários setores do país têm
rejeitado a decisão do Presidente, invocando a Constituição guineense que diz
que o parlamento não pode ser dissolvido nos últimos 12 meses após as eleições
legislativas.ANG/ÂC
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