ONU/Guterres
apela a reforma do Conselho de Segurança para incluir África
Bissau,13 Ago 24 (ANG) - O secretário-geral das Nações Unidas,
António Guterres, apelou a uma reforma urgente do Conselho de Segurança,
criticando a sua estrutura desatualizada e a falta de representação africana, o
que prejudica a credibilidade e a legitimidade do órgão.
Ao dirigir-se ao
Conselho na segunda-feira à noite, Guterres sublinhou que a composição do
Conselho de Segurança refletia o equilíbrio de poderes no final da Segunda
Guerra Mundial e que não conseguiu acompanhar o ritmo de um mundo em mudança,
segundo o organismo internacional.
"Em 1945 (quando
foi criado), a maioria dos países africanos ainda estava sob o domínio colonial
e não tinha voz nos assuntos internacionais", disse Guterres na reunião do
Conselho convocada pela Serra Leoa.
"Não podemos
aceitar que o principal órgão de paz e segurança do mundo não tenha uma voz
permanente para um continente de mais de mil milhões de pessoas […] nem podemos
aceitar que as opiniões de África sejam subvalorizadas em questões de paz e
segurança, tanto no continente como a nível mundial", afirmou.
Para garantir a plena credibilidade
e legitimidade deste Conselho, é necessário atender aos apelos da
Assembleia-Geral das Nações Unidas, de vários grupos geográficos e de alguns
membros permanentes “para corrigir esta injustiça", afirmou.
Guterres recordou o seu
relatório político, Nova Agenda para a Paz, lançado em julho do ano passado,
que servirá de base para as negociações sobre o chamado Pacto para o Futuro, a
adotar na Cimeira do Futuro do próximo mês.
Esta "cimeira
oferece uma oportunidade crucial para fazer progressos nestas questões e ajudar
a garantir que todos os países possam participar de forma significativa nas
estruturas de governação global como iguais", disse o chefe da ONU na
reunião.
O Conselho de Segurança,
composto por 15 membros, inclui cinco membros permanentes com poder de veto (a
capacidade de bloquear decisões mesmo que todos os outros membros apoiem a
proposta) - China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos - enquanto os
restantes 10 lugares não permanentes são atribuídos a nível regional.
A repartição regional
inclui três lugares para os Estados africanos; dois para a Ásia-Pacífico,
América Latina e Caraíbas, Europa Ocidental e outros Estados e um para os
Estados da Europa Oriental.
A questão da
representação equitativa tem estado na ordem do dia há vários anos,
nomeadamente através do grupo de trabalho aberto da Assembleia-Geral e de
negociações intergovernamentais para abordar a questão, recorda o organismo
multinacional. ANG/Lusa
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