Dia Mundial da População/ “A desigualdade de género ainda limita muitas mulheres das capacidades de tomar decisões sobre sua vida sexual e reprodutiva”,diz DG do Plano
Bissau,
12 Jul 23 (ANG) – O Diretor-geral do Plano, Issa Jandi afirmou que a
desigualdade de género ainda mantém muitas mulheres e meninas fora das escolas,
dos cargos de liderança e muitas das vezes limita as suas capacidades de tomar
decisões sobre a sua saúde e vida sexual reprodutiva.
A
data foi celebrada este ano sob o tema: “Libertar o poder da igualdade de género:envolvendo
as vozes das mulheres e meninas para desvendar as infinitas possibilidades do
nosso mundo”.
Issa
Jandi acrescentou que a desigualdade de género existe quase em todos os países
do mundo, particularmente, em países em vias de desenvolvimento, sustentando
que na Guiné-Bissau é mais visível e notória em todos os setores, entre os
quais, social, político e económico.
Justificou
que no setor social, apesar dos esforços empreendidos pelo governo, em parceria
com os Parceiros Técnicos e Financeiros (PTFs), em matéria de saúde reprodutiva,
a mulher continua a não ter poder de decisão sobre a sua saúde sexual e
reprodutiva, na maioria das comunidades do país.
“No
domínio político, apesar do aumento da quota de paridade nas listas eleitorais
para 36 por cento, a representatividade de mulheres nos órgãos de tomada de
decisão continua baixa e insignificante”, frisou.
Jandi
citou o relatório síntese sobre o emprego e setor informal produzido em
2017/2018, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) que demonstra que as
mulheres constituem 50,4 por cento da principal força no setor informal e na agricultura
contra 49,6 dos homens, mas que continuam a não ter poder económico sólido
sobre os seus rendimentos, para criar uma resiliência e sustentabilidade
económica.
“É
necessário promover a igualdade de género para ajudar a realizar os sonhos e
desejos de 8 bilhões de pessoas”, disse.
Jandi
encorajou a continuidade dos esforços do governo e seus diferentes parceiros na
elaboração e implementação de várias políticas sociais a favor da família,
proteção da infância, equidade e igualdade de género, estratégia nacional de
inclusão das pessoas com deficiência e albinos, salientando por outro lado que
as mulheres desempenham um papel preponderante na estabilização e busca de consenso
para a paz e segurança à todos os níveis.
Para
o Representante do Fundo das Nações Unidas para População (FNUAP), Jocelyn Fenard,
capacitar as mulheres e as raparigas através da educação e do acesso à métodos
contracetivos modernos, ajuda a apoiá-las nas suas aspirações e a traçar o
caminho da sua própria vida.
Disse
que mais de 40 por cento das mulheres em
todo o mundo não podem exercer o seu direito de tomar decisões tão fundamentais
como a de ter ou não ter filhos, quantos filhos e com quem querem ter filhos.
Jocelyn
Fenard avançou que a taxa de prevalência de contracetivos modernos no país é de
21,2 por cento, enquanto a necessidade não satisfeita de planeamento familiar é
de 22 por cento, e com diferenças significativas nas regiões.
Para
este diplomata, a solução para reconhecer os direitos das mulheres e das
raparigas como fundamentais para o desenvolvimento global é clara, e visa acelerar o avanço da igualdade de género através do acesso à saúde e aos direitos
sexuais e reprodutivos, a melhoria da educação, de políticas laborais adequadas
e de normas equitativas no local de trabalho e em casa.
Fenard
exorta os políticos e meios de
comunicação social a abandonarem narrativas, segundo diz, “exageradas” sobre
aumento da população.
“Em
vez de perguntar a que velocidade as pessoas se reproduzem, os líderes deveriam
perguntar se os indivíduos, especialmente as mulheres, são capazes de fazer
livremente as suas próprias escolhas reprodutivas. Uma pergunta cuja resposta,
demasiadas vezes, é não”, referiu o Representante do Fundo das Nações Unidas
para População no país, Jocelyn Fenard.
O
evento alusivo à comemoração do Dia Mundial da População, organizado pelo governo
através do Ministério da Economia, Plano e Integração Regional, em parceria com
o FNUAP contou com a presença da ministra da Educação Nacional, representantes
de algumas Embaixadas e outras personalidades.
Na
ocasião foi apresentado, em resumo, o relatório dos inquéritos feitos pelo
FNUAP nas diferentes localidades sobre a situação das mulheres, e também uma peça
teatral sobre o casamento precoce e forçado, em que as opiniões das mulheres
são ignoradas. ANG/DMG/ÂC//SG
Sem comentários:
Enviar um comentário