Sublevação/Detido comandante da Guarda Nacional
Bissau,01
Dez 23(ANG) - O comandante da Guarda Nacional e mais alguns elementos da corporação foram
detidos e conduzidos para as instalações do Estado Maior General das Forças
Armadas. Disparos deixaram de ouvir-se em Bissau.
O coronel Vítor
Tchongo "e mais alguns soldados" da Guarda Nacional foram
detidos por elementos da Polícia Militar, depois de confrontos armados entre a
Guarda nacional e forças do Batalhão do Palácio presidencial que começaram ao
início da madrugada de hoje, disseram à Lusa fontes militares.
Na capital Bissau deixaram de
ouvir-se, por volta das 09:00, os disparos de armas, que
começaram cerca das 01:20, prolongaram-se por alguns minutos e voltaram a
ouvir-se pouco depois das 07:00.
Segundo a Lusa, os disparos partiram
das imediações do quartel no bairro de Luanda e de outras instalações da Guarda
Nacional.
A zona dos bairros mais
próximos dos disparos, como Santa Luzia, Luanda, Empantcha estava sem
movimentos de viaturas e pessoas.
Fontes militares afirmam à Lusa
que houve confrontos entre elementos da Guarda Nacional e forças do Batalhão do
Palácio presidencial, numa altura em que o Chefe do Estado Maior General das
Forças Armadas, Biague Na Ntan, se encontra fora do país.
Os tiros acontecem na
sequência de tensões vividas durante toda a noite passada, depois de o
Ministério Público ter decretado a prisão preventiva do
ministro das Finanças, Sulemaine Seide, e do secretário de Estado do
tesouro, António Monteiro.
A coligação no Governo na
Guinè-Bissau acusou hoje o batalhão do Palácio Presidencial de estar a fazer um
uso "desproporcional e despropositado" da força após confrontos com a
Guarda Nacional.
Em declarações à agência Lusa,
fonte da Coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) - Terra Ranka, que pediu
para não ser identificada, considerou que a troca de tiros que ocorreu esta
madrugada e hoje de manhã em Bissau é "um golpe de força da Presidência da
República contra a Guarda Nacional que simplesmente havia protegido a vida de
dois membros do governo".
"Nada justifica tal uso
da força e este nível de violência indiscriminada", acrescentou a mesma
fonte, pedindo à comunidade internacional que exija uma intervenção da
Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental CEDEAO), que tem no país
uma força desde a tentativa de golpe de Estado de 01 de fevereiro de 2022.
Questionada sobre se o atual
confronto pode evoluir para um conflito mais grave, a fonte da coligação
considerou que "se não se parar a atual ofensiva, será esse o risco".ANG/Lusa
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