Política/Líder do PRS disse discordar com actitude da Guarda Nacional e lamenta uso da força do Estado Maior
Bissau, 02 Dez 23(ANG) -
O
líder do Partido da Renovação Social (PRS), disse que o seu partido condena a
atitude das Forças da Guarda Nacional que retiraram, a força, o
ministro das Finanças e o Secretário de Estado do Tesouro das celas
da Polícia Judiciária (PJ). Contudo afirmou que o Estado-Maior
General das Forças Armadas não devia optar pelo uso da força para a devolução dos
dois governantes a proveniência.
“Não podemos permitir, no
estado do direito democrático, cada vez mais
assistir a troca de tiros que coloca a população em pânico.
O processo está no Ministério Público e uma vez que respeita o procedimento
normal, a Guarda Nacional não tinha nenhuma razão de retirar os
presos da PJ e levá-los para as suas instalações, mas
achamos também que o Estado-Maior podia ordenar o Comandante da Guarda Nacional
para retornar os detidos à sua proveniência”, assegurou,
Fernando Dias.
Dias fez estas observações na
tarde desta sexta-feira, 01 de dezembro,
reagindo aos confrontos entre as forças da Guarda Nacional e as
forças especiais do exército comandadas pelo Estado-Maior.
O confronto entre as duas
forças, que iniciou na madrugada desta sexta-feira, terminou com dois
óbitos, um do lado da Guarda Nacional e outro militar da Guarda Presidencial,
bem como a detenção do Comandante da Guarda Nacional,
Victor Tchongo e mais elementos da Brigada de Intervenção Rápida
(BIR) daquela corporação de segurança.
O líder dos renovadores, que
também exerce a função de primeiro vice-presidente da Assembleia
Nacional Popular, disse que dois atos, a atitude da Guarda Nacional e o uso da
força pelo Estado-Maior, são condenáveis, porque acabam por
colocar o país numa situação de instabilidade e que pode agravar mais
uma vez a imagem do país.
“Não podemos ter um país em
que cada vez que saímos das eleições, enfrentamos problemas. A
população poderá ficar saturada e poderemos cair numa situação em que
se entende que é melhor não irmos para as eleições. Quando houve
este estado de tiroteio e que ceifa vidas humanas é
lamentável”, assegurou.
Fernando Dias da Costa afirmou
que o seu partido está muito preocupado com a situação, porque depois do
processo eleitoral, entenderam que o país entrara num
caminho para a estabilidade, razão pela qual decidiram integrar a
coligação vencedora das legislativas.
“Não esperávamos que
a situações parecidas pudessem acontecer dentro de três e
quatro meses da governação. É lamentável e estamos muito preocupados, porque
compreendemos que estamos a adiar o país mais uma vez e esses tipos
de comportamentos não abonam para a boa imagem do país”, enfatizou, defendendo o
respeito à decisão judicial e que “se a justiça entende que os
suspeitos estão envolvidos no caso é preciso aguardar o procedimento normal
para apurar a verdade, infelizmente deu no que deu”.
O
político apelou calma à população e o respeito à decisão da
justiça.
Dias assegurou que é preciso
saber se o comandante da Guarda Nacional agiu por iniciativa própria ou
recebeu uma ordem superior.
Salienta-se que o PRS é um dos
partidos que assinou o acordo da incidência parlamentar e governativa com a
Coligação Plataforma Aliança Inclusiva – PAI TERRA RANKA, depois das eleições
legislativas de 04 de junho.ANG/ÂC
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