Palestina/Hamas acusa Israel de resposta "negativa" ao plano de cessar-fogo em três fases
Bissau, 21 Mar 24 (ANG)
– O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) acusou hoje o Governo israelita
de responder "negativamente" ao plano de três fases apresentado para
alcançar um cessar-fogo, passo essencial para as negociações.
Osama Hamdan, um alto
responsável da milícia palestiniana, disse que, apesar dos esforços do Hamas,
Israel recuou e pode levar as conversações mediadas pelo Qatar a um "beco
sem saída", segundo o diário palestiniano Filastin, ligado ao grupo
islamita.
"A resposta à
proposta das três fases apresentada aos mediadores foi negativa e não responde
às exigências do nosso povo. Estas incluem a cessação das hostilidades em Gaza
e o regresso dos deslocados às suas casas, bem como a retirada do exército
israelita da Faixa de Gaza", afirmou.
Hamdan disse que o Hamas
mostrou "flexibilidade", enquanto Israel "continua a afastar-se
das questões que já foram acordadas" e a "adiar” uma resposta
positiva, o que pode significar o fim definitivo das negociações.
O porta-voz palestiniano
responsabilizou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, por
"bloquear o acordo" e reafirmou que os Estados Unidos "têm de
parar de enviar armas para Israel se querem realmente acabar com o genocídio em
Gaza".
Em Fevereiro, o Hamas
apresentou uma contraproposta para um possível cessar-fogo que prevê um plano
de três fases ao longo de 135 dias, que incluiria a libertação de reféns em
troca de 1.500 prisioneiros, o fim do cerco à Faixa de Gaza e um processo de
reconstrução dos territórios palestinianos.
O grupo islamita
respondeu a uma proposta anterior dos mediadores do Qatar e do Egito – apoiados
pelos Estados Unidos e por Israel – e insistiu na necessidade de um cessar-fogo
prolongado para aceitar qualquer tipo de acordo com as autoridades israelitas.
Israel lançou uma
ofensiva contra a Faixa de Gaza em resposta aos ataques do Hamas a 07 de
outubro, que mataram 1.200 pessoas e fizeram 240 reféns.
Desde então, o
Ministério da Saúde palestiniano no enclave registou a morte de mais de 31.900
palestinianos, tendo outros 418 sido mortos pelas forças de segurança israelitas
e por colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
ANG/Inforpress/Lusa
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