EUA/Navio que colidiu com ponte de Baltimore transportava químicos perigosos
Bissau, 28 Mar 24(ANG) – O navio cargueiro responsável pelo desabamento de uma ponte em Baltimore, nos Estados Unidos, transportava 56 contentores com materiais químicos perigosos, sendo que alguns caíram à água depois do impacto, disseram investigadores.
A presidente do Conselho
Nacional de Segurança nos Transportes norte-americano disse que os 56
contentores continham 764 toneladas de materiais corrosivos e inflamáveis,
incluindo baterias de lítio.
Jennifer Homendy
acrescentou, em conferência de imprensa, que alguns dos contentores se partiram
com o embate contra a ponte Francis Scott Key na terça-feira e caíram ao rio
Patapsco, no estado de Maryland, no leste dos Estados Unidos.
Homendy disse que a área
neste momento “é perigosa” devido à quantidade de detritos e ao mau tempo, o
que tem impedido as equipas de mergulhadores de verificar o estado dos
contentores que caíram do navio MV Dali, com bandeira de Singapura desde 2016.
O governador de
Maryland, Wes Moore, disse que os mergulhadores estavam “lá em baixo, na
escuridão, onde podem literalmente ver cerca de 30 centímetros à frente deles”,
e rodeados por metal mutilado.
Jennifer Homendy previu
que a investigação sobre o acidente e o desabamento da infraestrutura, que
causou a morte de seis trabalhadores que tapavam buracos na ponte, vai demorar
entre um e dois anos.
As autoridades
norte-americanas recuperaram na quarta-feira os corpos de dois dos seis
trabalhadores dados como mortos.
Na quarta-feira à noite,
a agência de investigação de acidentes de transporte de Singapura anunciou, em
comunicado, o início de uma segunda investigação ao navio, para “identificar
lições para prevenir futuros acidentes e vítimas” e não apontar
responsabilidades.
Horas antes, a
Autoridade Marítima e Portuária de Singapura tinha anunciado que ia também
abrir uma investigação própria sobre o acidente, além de prometer estar em
contacto com a Guarda Costeira dos EUA para "prestar a assistência
necessária".
Isto apesar da
autoridade sublinhar que o navio tinha a documentação em ordem, com
certificados válidos que cobriam "a integridade estrutural do navio e a
funcionalidade do seu equipamento", e que passou duas inspeções em junho e
setembro.
Também na quarta-feira,
a Guarda Costeira norte-americana disse que o Dali tinha passado por
“manutenção de rotina do motor” no porto de Baltimore antes do acidente.
“No que diz respeito ao
motor, não fomos informados de nenhum problema com o navio”, disse o
contra-almirante da Guarda Costeira dos EUA, Shannon Gilreath, numa conferência
de imprensa.
As autoridades também
alertaram para as consequências económicas do desabamento da ponte, utilizada
por mais de 11 milhões de veículos por ano, e do bloqueio do porto de
Baltimore, o nono maior dos EUA.
ANG/Inforpress/Lusa
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