Cultura/ "Nome" estreia nos cinemas franceses
Bissau, 14 Mar 24 (ANG)
– O filme de Sana
Na N'Hada, “Nome, que havia tido estreia mundial na mostra ACID, à margem do
festival de cinema de Cannes, em Maio, estreou nos cinemas em França, na
quarta-feira(13).
O realizador misturou os seus
arquivos da luta de libertação com uma ficção cuja intriga decorre desde os
finais dos anos 60 até aos primeiros anos da independência da Guiné-Bissau.
O conceituado vespertino "Le
Monde" diz da terceira longa metragem de Sana Na N'Hada que é um filme
"revolucionário"
e, mesmo, uma "obra prima".
O cultural "Les Inrockuptibles"
fala em "obra prima" enfatizando que Sana Na N'Hada é um
daqueles cineastas que contam a sério na sétima arte.
O filme estreou tanto em Paris, como nos
subúrbios, e mesmo noutras cidades, caso de Pau, no sudoeste da França.
A longa metragem, de praticamente duas
horas, esteve em cartaz no início do mês em Bissau no Centro cultural franco Bissau-Guineense.
"Nome", é assim que se
chama, também, o protagonista do filme.
Ele acaba, em 1969, por se juntar ao PAIGC,
Partido africano para a independência da Guiné e Cabo Verde.
Dos ideais da luta contra o exército
colonial português sucede-se a ganância do protagonista, nos primórdios da
independência.
Segundo a RFI, o filme tinha causado
sensação no encerramento da mostra ACID, à margem do Festival de cinema de
Cannes, e Sana tinha se regozijado com o acolhimento da obra e com o interesse que esta suscitou
junto dos espectadores
“O tema do filme é o que ganhámos, o que
nos custou em suor e sangue a luta e o que é que fazemos da independência ?”,
disse Sana Na N'Hada .
A estreia francesa do filme versando sobre a luta de libertação da
Guiné-Bissau coincide com a inauguração ,na terça-feira, de uma exposição, em
Bissau, consagrada ao maior vulto do movimento, Amílcar Cabral.
A exposição está patente ao público nas instalações do Instituto
nacional de estudos e pesquisa, até Setembro.
No entanto até ao momento a obra e o legado do idealizador da
independência continua ausente dos currículos escolares. Em declarações à
agência Lusa o ministro da educação Herry Mané promete levar o assunto a
Conselho de ministros para rever a situação.
Infelizmente não
está no currículo escolar. Vamos é convencer o Conselho de Ministros
trabalhando com o INEP, que tem todo o dossier, toda a história política e
social de Amílcar Cabral, para que seja introduzida nas escolas a história da
Amílcar Cabral e a história da própria Guiné-Bissau: a história da luta de
libertação nacional”, disse Herry Mané. ANG/RFI
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