Varsóvia/Alemanha, França e Polónia reúnem-se de emergência para discutir Ucrânia
Bissau, 13 Mar 24 (ANG) – Polónia, França e Alemanha vão reunir-se numa cimeira de emergência na sexta-feira,, em Berlim para discutir a situação na Ucrânia, anunciou o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk.
“Na sexta-feira, estarei
em Berlim com o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf
Scholz, para discutir a situação”, disse Tusk numa entrevista ao canal público
de televisão TVP Info, na terça-feira à noite.
Tusk e o Presidente
polaco, Andrzej Duda, foram recebidos em Washington, na terça-feira, pelo
Presidente norte-americano, Joe Biden, cuja administração, apesar de um
bloqueio no Congresso, anunciou uma nova ajuda militar a Kiev.
A cimeira tripartida
terá lugar numa altura em que as relações franco-alemãs parecem ter sido
enfraquecidas por divergências sobre a Ucrânia, segundo a agência francesa AFP.
A Polónia, um dos mais
fortes aliados de Kiev, tem apelado repetidamente aos parceiros ocidentais para
aumentarem as despesas com a ajuda militar para combater a invasão russa.
A Assembleia Nacional
francesa aprovou, na terça-feira à noite, um acordo de segurança recentemente
concluído entre Paris e Kiev, apesar das abstenções da extrema-direita e da
oposição da esquerda radical.
No debate, o Governo
francês advertiu que uma vitória russa na Ucrânia seria um cataclismo.
O acordo de 10 anos
inclui o aumento da cooperação militar, nomeadamente nos domínios da artilharia
e da defesa aérea.
Com o novo governo
pró-europeu chefiado por Tusk, a Polónia procura reforçar a cooperação com
Berlim e Paris face a Moscovo.
“Na minha opinião, estas
três capitais têm a tarefa e o poder de mobilizar toda a Europa” para fornecer
nova ajuda à Ucrânia, disse Tusk.
A Polónia gasta
atualmente 4% do Produto Interno Bruto (PIB) no reforço dos sistemas de defesa,
o que representa o dobro do que a NATO pede aos Estados-membros.
Os Estados Unidos
aprovaram um acordo de armamento com a Polónia na terça-feira, que prevê a
venda a Varsóvia de mísseis ar-terra de longo alcance e mísseis ar-ar de médio
alcance.
O contrato tem o valor
de 3,5 mil milhões de dólares (1 dólar equivale a 834,50, ao câmbio atual).
A Polónia é membro da
NATO e tem fronteiras, entre outros países, com a Ucrânia, a Bielorrússia
(aliada da Rússia), e o enclave russo de Kaliningrado, situado no Báltico.
No passado, a Polónia
esteve sob controlo russo e receia que, se a Rússia vencer na Ucrânia, possa
vir a atacar outros países numa região que Moscovo considera ser a sua esfera
de interesses.
A Ucrânia tem contado
com o apoio dos aliados ocidentais em armamento e financiamento desde que a
Rússia invadiu o país, em 24 de Fevereiro de 2022.
Kiev lançou uma
contra-ofensiva em Junho de 2023 com pouco sucesso e enfrenta atualmente uma
nova ofensiva russa no leste.
As autoridades
ucranianas têm criticado as hesitações e os atrasos dos aliados no fornecimento
de armamento.
Desconhece-se o número
de baixas civis e militares em mais de dois anos de guerra, mas diversas
fontes, incluindo a ONU, têm admitido que serão elevadas. ANG/Angop
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