Cuba/Centenas de cidadãos saíram às ruas para denunciar escassez energética
Bissau, 18 Mar 24 (ANG) - Centenas
de cubanos saíram às ruas de Santiago de Cuba no domingo,(17), para protestar
contra os longos cortes de energia, escassez de combustíveis e o aumento do
custo de vida.
O Presidente Miguel Díaz-Canel reagiu à manifesta
ção , a maior desde 2022, alertando “contra os inimigos da revolução que exploram este contexto para desestabilizar o país”.
Foi através da rede social X que o
Presidente cubano reagiu às manifestações deste domingo em Santiago de Cuba, a
segunda maior cidade da ilha. Miguel Díaz-Canel reconheceu o descontentamento
dos cubanos com o serviço eléctrico do país e com a distribuição de alimentos,
sublinhado que este contexto de protesto pode ser aproveitado pelos “inimigos
da revolução”.
“Existem
terroristas radicados nos Estados Unidos que incentivam estas ações para
desestabilizar o país”, referiu.
A embaixada dos
Estados Unidos em Havana apelou ao governo cubano para “respeitar os direitos
dos manifestantes”.
Em resposta, o
ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodriguez, exortou Washigton a
“não interferir nos assuntos internos do país”.
Cuba enfrenta uma vaga
de cortes de energia devido às obras na central termoelétrica de Antonio
Guiteras, a maior da ilha. Os cortes de energia e a escassez de alimentos
levaram as pessoas para a rua, com a população denunciar ainda o aumento do
custo de vida.
Em 2022, Cuba registou uma baixa de
produção energética, sem precedentes, provocada pela passagem do Furacão Ian,
tendo a situação melhorado um pouco em 2023.
Todavia, o sistema de produção e energia
baseia-se em oito velhas centrais-eléctricas e em oito barcos-geradores que
aluga a Turquia, país afetado pela escassez de combustíveis.
A economia cubana não consegue reerguer-se
desde da pandemia do COVID, um contexto agravado pelo embargo americano em
vigor desde 1962. Em 2023, o PIB da ilha fixava-se nos 2%. Em 2021, Cuba
registou uma vaga de protestos anti-governamentais com a população, de forma
inédita, a denunciar a ditadura e a forme. Centenas de manifestantes foram
presos e condenados até 25 anos de prisão. ANG/RFI
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