Desporto-Boxe/Pugilistas Milanca e Érica desafiam as raparigas a abraçarem a modalidade
Bissau,13
Mar 24(ANG) – As pugilistas guineenses,
Eriquinha Ussumane Mendes e Milanca Figueiredo, ambas professoras no Ginásio DaKosta-Dojo pretendem desafiar os jovens, em particular as raparigas, para
abraçarem a modalidade de boxe no país.
Em entrevista exclusiva à ANG, Milanca Figueiredo disse que antes era praticante de basquetebol, e que o boxe nunca lhe passou pela cabeça.
Disse
que começou a ter paixão pela
modalidade através de um colega que lhe apresentou ao proprietário do ginásio
Dojó,
Adelino da Kosta, que lhe anunciou
que precisavam de senhoras para treinar.
“Daí,
fui de imediato, porque tenho paixão pelo desporto, não só para o domínio de
técnicas, mas também para preservar a
minha saúde. E a partir de setembro de 2022 iniciei os meus treinos”, disse.
Milanca
Figueiredo disse que, realmente, o boxe é um desafio difícil para as raparigas
na sociedade guineense.
“Na
nossa sociedade, quando digo a alguém que sou praticamente de boxe, sempre questiona se vou conseguir, tendo em
conta que é um desporto muito duro para a camada feminina, e quanto mais para
mim com uma estatura física baixa”, referiu.
Aquela
desportista contou que decidiu agarrar a
modalidade para demonstrar a sociedade
que não conta o género, quando se pretende fazer algo.
“Em
qualquer tipo de desporto ou trabalho
no mundo, não conta a questão de ser homem nem mulher , nem magro ou gordo . Depende
da vontade da pessoa e o empenho do seu instrutor para fazer-lhe aprender”, salientou.
Milanca Figueiredo sustenta que não adianta uma pessoa ter a vontade de
aprender uma certa coisa se o seu instrutor não a tenha, porque acaba por se criar
uma certa desmotivação.
“Mas
é o caminho que escolhi, independentemente de ser difícil ou fácil, cabe a mim
saber organizar a minha agenda diária, de forma a conciliar tudo. E graças a
Deus tenho famílias que me apoiam em algumas tarefas”, disse.
Questionada
sobre se não há descriminação quando treinam os homens no ginásio, respondeu
que sim, as vezes acontece, frisando que na última vez um cliente chegou de lhe menosprezar por ser rapariga e
além de mais franzina.
Érica
Ussumane Mendes disse que como mulher,
abraçar a carreira de pugilista foi uma decisão muito difícil da sua
vida, salientando que, graças ao apoio do proprietário do ginásio conseguiu
superar todos os obstáculos e que agora já está a trabalhar e a ganhar algo
para o sustento da sua vida.
“Nada é fácil no mundo, o importante é crer e saber lutar para o conseguir”, disse a Erica, para quem os treinos servem não só para manter a saúde física mas também mental. ANG/ÂC//SG
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