Diplomacia/Presidente da República felicita Bassirou Diomaye Faye pela vitória no Senegal
Bissau, 26 Mar 24(ANG) – O Presidente da República, Umaro
Sissoco Embaló, felicitou hoje o candidato presidencial antissistema Bassirou
Diomaye Faye pela vitória na primeira volta das eleições presidenciais de
domingo, no Senegal.
Na publicação lê-se ainda que “a Guiné-Bissau continuará a
investir na relação bilateral, em benefício dos cidadãos dos dois países,
reforçando os laços de amizade e de cooperação que nos unem enquanto dois povos
irmãos”.
Enquanto se aguarda a publicação no Senegal dos resultados
oficiais provisórios pela Comissão Eleitoral Nacional Autónoma (CENA), as
estimativas de voto apontam para uma vitória esmagadora do líder da oposição,
que obteria mais de 50% dos votos necessários para evitar uma segunda volta.
O Presidente cessante do Senegal, Macky Sall, felicitou hoje o
candidato Bassirou Diomaye Faye pela vitória, horas depois de também o antigo
primeiro-ministro e candidato do partido no poder, Amadou Ba, ter admitido a
sua derrota para Faye.
As declarações de Ba e do Presidente cessante abrem o caminho
para a Presidência a Faye, um inspetor de impostos de 44 anos, até há pouco
tempo desconhecido do grande público.
Sete milhões de senegaleses estavam inscritos para votar
domingo para escolher o Presidente numa eleição que pode resultar numa
mudança profunda nas relações externas do país, regionais e internacionais.
Entre os 16 homens e uma mulher inscritos no boletim de voto, os
dois favoritos - Bassirou Diomaye Faye, pela oposição, e Amadou Ba, pela
coligação no poder, Benno Bokk Yakaar (BBY, Unidos pela Esperança, em wolof)
- foram escolhas pessoais de duas individualidades políticas excluídas do
escrutínio: o Presidente Macky Sall, e o líder da oposição, Ousmane Sonko.
A sua retórica soberanista e pan-africanista, assim como as
declarações contra a "máfia do Estado", as multinacionais e o domínio
económico e político, que considera ser exercido pela antiga potência colonial
- a França -, granjearam-lhe um forte apoio entre os jovens, que constituem
metade da população.
A votação estava inicialmente prevista para 25 de fevereiro, mas
um adiamento de última hora provocou distúrbios e várias semanas de confusão
que puseram à prova as práticas democráticas do Senegal.
Com uma população de 18 milhões de habitantes, o Senegal é um
dos países mais estáveis de uma África Ocidental abalada por golpes de Estado,
que tem mantido fortes relações com o Ocidente.
O discurso da oposição na campanha para estas eleições
presidenciais foi sentido como portador de algumas ameaças pelo estrangeiro,
que está a seguir o processo com particular atenção.
A dupla Sonko/Faye prometeu, caso seja poder, renegociar os
contratos de exploração mineira e de energia que farão do Senegal um produtor
de petróleo e gás natural a partir do final do ano. ANG/Inforpress/Lusa
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