quinta-feira, 14 de março de 2024


Caso 6 bilhões
/PAIGC considera manutenção de antigos governantes na prisão de “Ilegal e abusiva”

Bissau, 14 Mar 21 (ANG) – O Partido Africano da Independência de Guiné e Cabo Verde (PAIGC), insurgiu-se esta quinta-feira contra a manutenção dos antigos governantes, Suleimane Seidi e António Monteiro nas celas.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do partido, Muniro Conté diz serem “Ilegal e abusiva” a manutenção dos dois na prisão, no âmbito do Caso seis bilhões cujo o julgamento foi adiado “sine die” ,na segunda-feira.

“O PAIGC, na sequencia de vários pronunciamentos através do seu presidente Domingos Simões Pereira, e alguns dirigentes do partido, considera a detenção dos dois governentes de ilegais e abusiva, violando prazos e atos processuais recomendáveis e convencionados num Estado de Direito Democrático, onde o primado da lei e da justiça deve prevalecer”, disse Conté.

Passados 100 dias, o ex-ministro da Economia e Finanças,Suleimane Seidi e António Monteiro, antigo Secretário de Estado do Tesouro ainda permanecem detidos e os advogados dos dois dizem que o processo tem mãos ocultas ou seja recebe o chamado “Ordem Superior”, e Muniro Conté diz que o processo tem “cariz político”.

“O processo  tem cariz e motivações mais políticas, com a aplicação de medidas de sanções diferentes para casos iguais”, sustenta o porta-voz da maior força política nacional.

Para Muniro Conté , não existe nenhuma jurisprudência sobre a tipologia de crime, derivado de uma operação de pagamento de dividas contraídas ao Estado, agravada com o facto de o Ministério das Finanças continuar a efetuar pagamentos similares, sem que o advogado de Estado  tenha efetuado alguma diligência. “Este facto vem configurar uma justiça selectiva”, sustenta Conté.

Os dois foram acusados da prática, em co-autoria, dos crimes de abuso de poder, violação de normas de execução orçamental, peculato e fraude fiscal, tendo António Monteiro sido ainda acusado, de forma isolada, do crime de participação económica em negócio.

Em causa está a contracção de um empréstimo bancário  de seis biliões de francos cfa  para pagamento de dívidas do Estado a 11 empresários.

A nova data de julgamento de  Suleimane Seidi e António Monteiro só pode ser conhecida depois de o Supremo Tribunal de Justiça, nas vestes de Tribunal Constitucional, pronunciar sobre o “Incidente de Inconstitucionalidade” requerido pelo coletivo de advogados dos dois. ANG/LLA//SG         

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