França/ Reforma no audiovisual
provoca greves na RFI
Bissau, 23 mai 24 (ANG) - Quinta-feira e sexta-feira,
há um apelo à greve no audiovisual público com o objetivo de lutar contra a reforma no audiovisual público,
que prevê uma fusão das televisões e rádios públicas, e que vai ser examinada
na Assembleia Nacional.
Perturbações são
esperadas nas diferentes antenas da France Télévision, televisão pública, à Rádio France, passando também pela France Médias
Monde, empresa da qual faz parte a RFI.
Na quarta-feira, 22 de Maio, mais de 1 100 trabalhadores da Radio France assinaram uma tribuna
rejeitando a fusão.
«Demagógico,
ineficaz, perigoso»: é dessa forma que os signatários da tribuna publicada no jornal ‘Le
Monde’, qualificam o projecto da reforma.
Este projecto prevê
a criação de uma grande empresa em 2025, antes de uma fusão de todas as empresas
das Sociedades do Audiovisual público: France Télévisions, Radio France,
Instituto Nacional do audiovisual, e por fim France Médias Monde, ou seja a
RFI, a France 24 e a Monte Carlo Doualiya, duas rádios e uma televisão.
A integração neste
projecto da France Médias Monde está a criar um debate intenso até no campo
presidencial. Segundo a Ministra
da Cultura, Rachida Dati, que está à frente desta reforma, as forças do audiovisual público estão «dispersadas», o que
significa um risco perante as super potências internacionais como Netflix e os
canais privados.
Para os partidos de
esquerda, não é um sinal positivo ter o regresso do «ORTF», uma empresa que
juntava todo o audiovisual francês nos anos 60-70 e que foi desmantelada porque
foi julgada como não tendo independência em relação ao Estado francês, sendo
considerada como uma ferramenta de propaganda.
Aliás, os partidos de esquerda acreditam que esta fusão não vai conseguir lutar
de qualquer modo contra os gigantes do audiovisual como a Netflix.
Os sindicatos
também têm receio que esta fusão acabe por ser vantajosa para a televisão em
detrimento da rádio. Uma análise partilhada pelas Sociedades de jornalistas que
deploram a falta de concertação e de conversas com o Governo sobre essa fusão.
Há um apelo à greve nas quatro empresas implicadas nesta fusão e há manifestações previstas em frente à Assembleia Nacional e ao Ministério da Cultura. ANG/RFI
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