Redes sociais/Proibição da TikTok levantada na Nova
Caledónia
Bissau, 29 mai 24 (ANG) - A
proibição da rede social TikTok na Nova Caledónia foi levantada, anunciaram
hoje as autoridades do arquipélago francês do Pacífico Sul, após terem imposto
há duas semanas a medida para limitar contactos entre manifestantes.
“Na sequência do fim do
estado de emergência no território, na terça-feira, 28 de maio de 2024, a
proibição da plataforma TikTok foi levantada”, declarou em comunicado o Alto
Comissariado da França no arquipélago, referindo que o recolher obrigatório
permanece em vigor.
A proibição da TikTok foi
possível graças à declaração do estado de emergência, em 15 de maio, e à
presença de um único operador de telecomunicações no país.
O Governo considerou que a
rede social, propriedade da empresa chinesa ByteDance, era um dos meios de
comunicação privilegiados entre os grupos que cometiam atos de violência
noturna.
A proibição surgiu, além
disso, num contexto de receios de interferência e desinformação nas redes
sociais por parte de países estrangeiros que procuram alimentar tensões, de
acordo com fontes governamentais e da segurança, citando a China ou o
Azerbaijão.
Na quinta-feira, o Conselho
de Estado francês confirmou o bloqueio da rede social, tendo em conta o
“caráter limitado e temporário da medida”, bem como “o interesse público em
restaurar a segurança”,.
O órgão também observou que
“outras redes sociais e meios de comunicação permanecem acessíveis”.
A Liga dos Direitos Humanos
francesa, a associação Quadrature du Net e três residentes da Nova Caledónia
apresentaram um recurso da decisão em 17 de maio, argumentando que o bloqueio
constituía uma grave violação das liberdades de comunicação e de informação.
O Conselho de Estado
rejeitou o pedido "por falta de urgência".
Cerca de 3.500 efetivos das
forças de segurança deverão ser destacados para o arquipélago.
A crise teve início quando
foi apresentado um novo projeto de lei adotado em Paris que determina que
residentes que vivem no arquipélago há 10 anos passam a poder votar nas
eleições locais.
Os líderes políticos locais,
incluindo os defensores da independência, temem que os povos nativos da Nova
Caledónia fiquem enfraquecidos com a nova medida.
Para já, não se vislumbra
qualquer fim para a crise política, apesar de uma relativa calma ter regressado
nas últimas noites.
A crise foi marcada pela
morte de sete pessoas, entre as quais dois gendarmes, por danos generalizados e
por bloqueios que cortaram as principais estradas.
Apesar de o estado de
emergência ter sido levantado na terça-feira, o Alto Comissariado sublinhou
hoje que “as medidas de proibição de ajuntamentos, de venda e transporte de
armas e de venda de álcool, bem como o recolher obrigatório das 18:00 às 06:00,
se mantêm em todo o país”.ANG/Lusa
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