UEMOA/FMI aponta Guiné-Bissau como país com dívidas mais arriscadas na organização
Bissau, 22 Mai 23 (ANG) - O
Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou aos países da União Económica e
Monetária Oeste Africana (UEMOA) sobre a vulnerabilidade do sistema bancário face à incumprimentos
soberanos, apontando a Guiné-Bissau como a que apresenta a dívida mais arriscada.
De acordo com relatório, o
perfil de dívida da Guiné-Bissau (único
país lusófono no grupo de oito países da UEMOA), é o mais arriscado, de acordo
com a Análise da Sustentabilidade da Dívida (DSA, na sigla em inglês), que é
conduzida em conjunto pelo Banco Mundial e FMI para avaliar a capacidade de um país
suportar os seus compromissos financeiros.
"Quase 50 bancos, entre
os 100 analisados neste cenário, não teriam almofadas de capital suficiente
para lidar com um 'default' da Costa do Marfim sobre os empréstimos de curto
prazo, no mercado financeiro da UEMOA", lê-se no relatório assinado pelo
economista Knarik Ayvazyan.
O mesmo documento aponta que,
no caso da Guiné-Bissau, o número de sem capital para sustentar um
incumprimento financeiro, seria de seis, que compara com 16 no Níger, 13 no
Mali e Burkina Faso e nove no Benim.
"O risco geral de
sustentabilidade da dívida é elevado na Guiné-Bissau, enquanto outros países
membros da região enfrentam um risco médio", escreve o economista Knarik
Ayvazyan, notando que Benim, Costa do Marfim e Senegal "geralmente têm
acesso aos mercados financeiros internacionais".
A dívida da Guiné-Bissau, de
acordo com a mais recente análise do FMI, feita na semana passada, está nos
80,2% do Produto Interno Bruto (PIB), acima da média da África subsaariana, de
cerca de 60%.
"Implementar uma
estratégia de consolidação orçamental de sucesso é fundamental para reduzir as
vulnerabilidades e fazer descer os elevados níveis de dívida pública",
disse o diretor adjunto do FMI, Bo Li, no comunicado que dá conta da aprovação
da quarta e quinta revisões do programa de ajustamento financeiro em curso na
Guiné-Bissau.
A UEMOA é a união económica
regional, criada em 1994, que tem como membros oitos países : Benim, Burkina
Faso, Costa de Marfim, Guiné-Bissau, Mali, Níger, Senegal e Togo. ANG/AALS/ÂC//SG
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