Política/”Colonialismo deixou a Guiné-Bissau no obscurantismo”,diz MNE
Bissau, 16 Mai 24 (ANG) - O
ministro dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das
Comunidades criticou que o colonialismo “deixou o país no obscurantismo” com a
intencional falta de formação de quadros que ainda prejudica o Estado, mas que
apesar disso, a Guiné-Bissau não pretende pedir indemnização a Portugal.
Em termos concretos, a Guiné-Bissau não
pretende pedir qualquer tipo de indemnização financeira a Portugal. Mas,
também, referiu Carlos Pinto Pereira, não se esquece do que se passou com o
colonialismo durante mais de cinco séculos.
No caso da Guiné-Bissau, todos nós sabemos
que em 1974, quando o PAIGC entrou para tomar conta da administração do Estado,
havia meia dúzia de quadros com formação superior ou formação profissional.
Ora, esta situação foi provocada
intencionalmente pelo colonialismo que decidiu deixar a Guiné-Bissau no
obscurantismo e no analfabetismo.
O chefe da diplomacia guineense entende que
Portugal não pode “assobiar para o lado" em relação ao seu papel na
colonização embora no caso da Guiné-Bissau as actuais autoridades não estejam
preocupadas que tenha levado do território ouro, diamante ou outros minérios.
Carlos Pinto Pereira observa que o que
Portugal deveria fazer, para reparar os danos do colonialismo, era falar do
assunto abertamente nas escolas para que a sociedade portuguesa saiba o que se
passou e ajudar a Guiné-Bissau a formar os seus quadros. Mais do que qualquer
compensação financeira, isso sim, seria uma boa indemnização, defendeu Carlos
Pinto Pereira.
Esta declarações surgem no próprio dia em
que, em Lisboa, o Ministro português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel
rejeitou a ideia de pagar reparações às ex-colónias, admitindo contudo fazer
"pedidos de desculpas".
Esta manhã, na Assembleia da República, num
debate urgente sobre esta matéria reclamado pela extrema-direita, o titular da
pasta dos Negócios Estrangeiros de Portugal teceu críticas "a quem
quer que as relações entre Portugal e os países da CPLP sejam baseadas em
ressentimentos".
No âmbito desta sessão plenária, Paulo Rangel disse que “Portugal não tem medo da sua história e, por isso, lutará sempre pela isenção, pela imparcialidade, pela verdade histórica” e que irá avançar com pedidos de desculpas. O governante anunciou ainda que o executivo português está a “desenvolver esforços” para que haja cursos de tétum e crioulo nas faculdades de letras das universidades portuguesas. ANG/RFI
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