México/ Eleitores podem eleger no domingo uma Presidente pela primeira vez
Bissau, 31 Mai 24
(ANG) - Mais de 98 milhões de mexicanos vão às urnas no domingo para eleições
gerais e poderão eleger a primeira Presidente do país, que vai enfrentar
problemas como o narcotráfico, migrações e a relação conturbada com os Estados
Unidos, noticiou o site Notícias ao Minuto.
a do país, com mais de 20 mil cargos a serem disputados numa única volta, nomeadamente para a Câmara dos Deputados (500) e o Senado (128), além de oito governadores (mais o governo da capital, Cidade do México) e outros cargos regionais e locais, de acordo com o Instituto Nacional Eleitoral (INE) mexicano.
As duas mulheres que
estão à frente na corrida presidencial são Claudia Sheinbaum - do partido de
centro-esquerda Movimento Regeneração Nacional (MORENA), que integra a
coligação governamental Vamos Continuar a Fazer História -, e Xóchitl Gálvez,
do conservador Partido da Acção Nacional (PAN), que faz parte da coligação de
oposição Força e Coração pelo México.
Claudia Sheinbaum,
ex-autarca da Cidade do México, tem hoje 53% das intenções de voto, segundo a
Polls.mx, um agregador de sondagens. A política de esquerda diz que pretende
continuar a obra do actual Presidente, o populista Andrés Manuel López Obrador
(MORENA) - que foi eleito chefe de Estado em 2018 para um mandato de seis anos.
Sheinbaum tem formação superior (PhD) em engenharia de energia e possui
inúmeros trabalhos divulgados nessa área.
Já a candidata
Xóchitl Gálvez, em segundo lugar nas sondagens eleitorais (32%), é uma senadora
da oposição e empresária do sector tecnológico. Gálvez é uma crítica feroz do
Presidente cessante e da sua política para o México.
O outro candidato
presidencial é o ex-deputado Jorge Álvarez Máynez, um político pouco conhecido
do Movimento Cidadão e que tem 14% das intenções de votos, segundo a Polls.mx.
A eleição de uma
Presidente seria um enorme passo num país com níveis crescentes de violência
baseada no género e com profundas disparidades nessa área. Na sua forma mais
extrema, a misoginia é demonstrada através das altas taxas de homicídios e em
outros tipos de crimes violentos contra as mulheres.
Outra questão
importante é a violência ligada ao narcotráfico, que tem sido particularmente
grave onde grupos lutam por territórios como em Chiapas e Guerrero, no sul, e
Michoacán, no centro do México.
Os cartéis vêem as
eleições como uma oportunidade para tomar o poder e pelo menos 145 pessoas
ligadas à política foram mortas pelo crime organizado nesse ano, segundo um
levantamento realizado pela organização de direitos humanos Data Civica. O
Governo do México destacou 27.245 agentes de segurança para realizar patrulhas
e fornecer uma presença dissuasora contra o crime.
No campo das
migrações, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) referiu que o
país enfrentará um aumento de pessoas que chegam ao país. Em 2023, o Instituto
Nacional de Migrações (INM) registou 782.176 chegadas de migrantes ilegais no
México, um aumento de 77% em relação a 2022, quando foram registadas 441.409
chegadas.
O Governo de López
Obrador alertou que não receberá pessoas deportadas pelo estado norte-americano
do Texas, através da lei conhecida como SB4, e que apenas discutirá questões
migratórias com o Governo federal norte-americano. As candidatas Claudia
Sheinbaum e Xóchitl Gálvez disseram estar de acordo com essa decisão do actual
Governo.
O futuro Presidente
mexicano, que tomará posse em 01 de Outubro, terá de esperar até 05 de
Novembro, quando ocorrem as eleições presidenciais nos Estados Unidos - entre o
actual chefe de Estado democrata, Joe Biden, e o ex-Presidente republicano
Donald Trump --, para perceber como serão as relações entre os dois países.
Segundo dados da
OCDE, espera-se um crescimento económico de 2,5% para o México em 2024 e de
2,1% em 2025. Os especialistas acreditam que o país precisa crescer, em média,
de 4,5% do produto interno bruto (PIB) nos próximos anos para alcançar níveis
que permitam aumentar a prosperidade do país. O México tem diversos desafios
estruturais que precisam ser enfrentados, como a produtividade relativamente
baixa, uma infra-estrutura ainda precária, além de problemas na formação dos
trabalhadores.
A Organização dos
Estados Americanos (OEA) enviou para o México uma missão de observação
eleitoral, liderada pelo ex-ministro dos Negócios Estrangeiros do Chile Heraldo
Muñoz, composta por 100 pessoas. O Instituto Nacional Eleitoral declarou que
acreditou 1.309 observadores eleitorais estrangeiros, o maior número de sempre
na história do país.ANG/Angop
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