Suíça/Ouro ilegalmente retirado de África cada ano soma 27.000 mil milhões
Bissau, 31 Mai 24 (ANG) - O contrabando
de ouro africano atinge mais de 30 mil mil
hões de dólares por ano, a maior
parte para os Emirados Árabes Unidos, onde é refinado e depois vendido para
todo o mundo, revela um relatório hoje publicado, segundo o site Notícias ao
Minuto.
Os dados são de um relatório da
Swissaid, organização de ajuda ao desenvolvimento com sede na Suíça, e indicam
que em 2022 saiu ilegalmente do continente africano ouro no valor de 30 mil
milhões de dólares (cerca de 27,68 mil milhões de euros).
Os principais destinos do ouro africano
foram os Emirados Árabes Unidos, a Turquia e a Suíça.
O relatório indica que entre 32% e 41%
do ouro produzido em África não foi declarado, usando métricas entre o que é
declarado e o que circula depois no mercado.
Em 2022, o Gana foi o maior produtor de
ouro de África, seguido pelo Mali e África do Sul e os Emirados Árabes Unidos
foram, de longe, o principal destino do ouro contrabandeado, segundo o
relatório.
Os autores dizem que o seu objectivo é
tornar o comércio de ouro africano mais transparente e pressionar os
participantes da indústria a fazer mais para tornar o comércio de ouro
rastreável e as cadeias de abastecimento mais responsáveis.
"Esperamos que isso melhore as
condições de vida das populações locais e as condições de trabalho dos mineiros
artesanais em toda a África", disse Yvan Schulz, um dos autores do
relatório.
Citado pela Associated Press, um
assessor de imprensa do governo dos Emirados Árabes Unidos disse que o país já
tomou medidas significativas para lidar com as preocupações em torno do
contrabando de ouro e dos riscos que ele representa.
"Os Emirados Árabes Unidos
continuam firmes nos seus esforços para combater o contrabando de ouro e
garantir os mais altos padrões de transparência e responsabilidade no sector de
ouro e metais preciosos", adiantou.
O governo suíço, outro país mencionado
como destino de parte significativa, disse estar ciente dos desafios para
identificar as origens do ouro e que introduziu medidas para evitar fluxos
ilegais.
"A Suíça está e continua empenhada
em melhorar a rastreabilidade dos fluxos de mercadorias, a transparência das
estatísticas e a qualidade dos controlos", disse Fabian Maienfisch,
porta-voz da secretaria de Estado dos Assuntos Económicos da Suíça.
O relatório comparou dados de exportação
de países africanos com dados de importação de países não africanos, juntamente
com outros cálculos.
Entre as suas recomendações, os autores
apelam aos Estados africanos para que tomem medidas para formalizar a mineração
artesanal e em pequena escala e reforçar os controlos fronteiriços.
Exorta igualmente os Estados não
africanos a publicarem a identidade dos países de origem e dos países de
expedição do ouro importado e a colaborarem com as autoridades na identificação
dos fluxos ilícitos de ouro.ANG/Angop
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