Justiça/ Advogado
de ativistas detidos diz acreditar que Juíz de Instrução criminal vai ordenar
libertação imediata dos seus constituintes
Bissau, 24 Mai
24 (ANG) – O advogado dos nove ativistas detidos nas selas da segunda-esquadra
em Bissau, Luís Vaz Martins diz acreditar que o Juíz de Instrução
Criminal(JIC) vai ordenar a libertação
imediata dos seus constituintes, através de um Despacho que será emitido
ainda hoje.
Vaz Martins
falava à imprensa após uma audiência com o JIC ,sem os detidos, e que envolveu o representante do Ministério Público.
Lamentou o incumprimento
da ordem do juiz por parte do Ministério do Interior, de apresentar os presos para
audição no Tribunal Regional.
“Como se constatou, o Ministério do Interior voltou a não apresentar os detidos ao Tribunal
para primeira audição, à pedido do JIC”, disse, acrescentando que na audiência todos os intervenientes concordaram
de que o JIC deve produzir um despacho que ordena a libertação imediata dos
nove detidos.
Perguntado
se o juíz vai produzir o despacho ainda
hoje, disse que sim, “até às 16 horas, o juíz vai emitir o despacho que ordena
a libertação destes cidadãos”.
Questionado se
acredita que o Ministério do Interior vai obdecer a decisão do JIC, Luís Vaz
Martins disse que sim e sustentou que o juiz e os tribunais são
soberanos, não têm superior hierarquico, e que decidem com base nas leis e na consciência.
Acrescentou
que caso contrário, será uma acumulação
de crime de desobediência qualificada, mas mesmo assim diz acreditar que o juíz vai produzir o despacho para
libertação, com carater de urgência, dos presos.
Em relação a
recusa do Ministério do Interior, disse
que haverá consequências, porque o Ministério do Interior está perante um crime
de desobediência qualificada, previsto no art, 191 do processo de Código Penal.
Para além
disso, prometeu, após libertação dos detidos,requerer a responsabilização criminal
do Secretário de Estado da Ordem Pública, José Carlos Macedo e do ministro
do Interior e da Ordem Pública, Botche Candé.
Luís Vaz Martins
pondera acionar mecanismos junto de
instâncias internacionais para criminalização de todos os envolvidos no
processo de “tortura” contra os detidos.
Momentos
antes da audiência no Tribunal Regional de Bissau, as forças da ordem, para além
de dispersar as pessoas que queriam assistir a chegada dos detidos tentaram
impedir a continuidade dos protestos na Casa dos Direitos, sede da Liga
Guineense dos Direitos Humanos.
Na sequência
de uma marcha de protestos contra a atual
situação social e politica guineense, as
forças da ordem prenderam cerca de 100 ativistas no sábado passado, tendo posto
em liberdade a maioria na madrugada de segunda-feira, mantendo nove deles nas
selas de Segunda Esquadra, em Bissau.
Por
determinação do JIC, os nove deveriam ser presentes ao Tribunal na quinta-feira
mas o Ministério do Interior adiou essa apresentação para esta sexta-feira,o que,
sem explicações, segundo o advogado Luis Vaz Martins ,acabou, mais uma vez, por
não acontecer .ANG/LPG//SG
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