Quénia/Sobe para 291 o número de mortos devido às cheias
Bissau,
16 Mai 24 (ANG) - O número de mortos nas inundações devido às chuvas
torrenciais que atingem o Quénia desde meados de março subiu de 289 para 291,
anunciou hoje o Governo, apesar da precipitação ter diminuído nos últimos dias.
De
acordo com os últimos dados divulgados pelo Ministério do Interior, mais de
400.000 pessoas em todo o país foram afetadas pelas fortes chuvas, incluindo
cerca de 280.000 deslocados das suas casas, alguns dos quais transferidos para
187 campos de acolhimento criados pelas autoridades.
O
número de desaparecidos mantém-se em 75 e o de feridos em 188, informou a mesma
fonte governamental.
Para
fazer face à crise, o Quénia recebeu ajuda internacional das Nações Unidas, dos
Emirados Árabes Unidos, do Reino Unido e de organizações como a Cruz Vermelha,
sob a forma de contribuições financeiras ou de doações de alimentos e outros
bens de primeira necessidade.
"O
Governo está a fornecer apoio logístico, abrigo temporário e bens essenciais às
pessoas e famílias afetadas pelas inundações", declarou na terça-feira o
porta-voz do Governo queniano, Isaac Mwaura.
No
entanto, os residentes de vários bairros informais da capital, Nairobi,
queixaram-se de não terem recebido alojamento alternativo ou assistência
financeira suficiente depois de as suas casas construídas em zonas ribeirinhas,
propensas a inundações, terem sido demolidas por ordem do Governo queniano.
A
Human Rights Watch (HRW) denunciou a incapacidade do Governo de atuar a tempo e
de responder adequadamente à crise, apesar das previsões meteorológicas de que
dispunha.
A
longa estação das chuvas, que vai de março a maio e afeta toda a África
Oriental, foi intensificada pelo fenómeno meteorológico El Niño, uma alteração
da dinâmica atmosférica provocada por um aumento da temperatura do Oceano
Pacífico.
Embora
as previsões apontem para uma redução da precipitação no Quénia, "os elevados
níveis de humidade no solo devido ao aumento da precipitação podem conduzir a
um elevado risco de inundações, mesmo quando as chuvas tiverem diminuído",
alertou o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas
na passada sexta-feira.
O
abrandamento das chuvas permitiu a abertura da maior parte das escolas públicas
do país na segunda-feira, depois de o regresso das férias da Páscoa ter sido
adiado duas vezes por ordem do Presidente, William Ruto.
ANG/Lusa
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