Comissão Europeia diz que solução “tem de vir de Londres”
Bissau, 14 mar 19 (ANG) - O primeiro
vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, sublinhou quarta-feira,
em Londres, perante o Parlamento Europeu, em Estrasburgo, que a solução para o
'Brexit' "tem de vir de Londres", após a Câmara dos Comuns ter
voltado a rejeitar o Acordo de Saída.
"Hoje estamos nas mãos do sistema político britânico. Eles
devem dizer-nos que direcção querem seguir a partir de agora. A solução tem de
vir de Londres", declarou Timmermans, num debate sobre o processo de saída
do Reino Unido da União Europeia (UE), horas depois de o parlamento britânico
ter rejeitado, pela segunda vez, na terça-feira à noite, o Acordo de Saída
negociado entre o Governo britânico e os 27.
Timmermans lamentou que, "apesar das clarificações
suplementares que foram dadas e apesar dos esforços tremendos de Michel Barnier
(chefe das negociações da UE) e de Jean-Claude Juncker (presidente da Comissão)
para ajudar (a primeira-ministra) Theresa May a clarificar as questões", o
acordo tenha voltado a ser rejeitado.
Reiterando que o Acordo de Saída com clarificações era a melhor
solução para uma saída ordenada dos britânicos do bloco europeu em 29 de Março,
o "número dois" da "Comissão Juncker" garantiu que o grande
objectivo, do lado da UE, "continua a ser o de minimizar os danos em ambos
os lados do Canal" da Mancha.
"Vamos permanecer nesta posição de minimizar os danos num
processo que é muito danoso, para o Reino Unido e para a União Europeia",
disse.
O parlamento britânico chumbou, na terça-feira à noite, o Acordo
de Saída do Reino Unido da UE por larga margem, com 391 votos contra e 242
votos a favor.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, não conseguiu fazer
passar o Acordo de Saída, apesar dos três documentos adicionados na
segunda-feira, que segundo o Governo britânico proporcionavam as garantias
adicionais reclamadas pela Câmara dos Comuns relativamente à natureza
temporária da solução de último recurso para a fronteira irlandesa inscrita
naquele texto.
A solução de último recurso para a fronteira irlandesa,
comummente conhecido por 'backstop', e que os eurocépticos rejeitam por deixar
o país "indefinidamente" numa união aduaneira, permanece como o
principal ponto de discórdia sobre o Acordo de Saída negociado com Bruxelas.
O Acordo de Saída negociado com Bruxelas foi submetido ao
parlamento britânico pela segunda vez, depois de ter sido chumbado em 15 de
Janeiro por uma margem de 230 votos, incluindo 118 de deputados do partido do
Governo, o partido Conservador.ANG/Angop
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