Bissau,13 mar 19(ANG) - A Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP) saudou terça-feira o civismo dos guineenses nas
eleições de domingo, esperando que isso seja um sinal para a estabilidade do
país, que nos últimos quatro anos viveu num bloqueio político.
"O civismo e serenidade" com que a população da Guiné-Bissau
exerceu o seu direito de voto "constitui um importante contributo à boa governação, à estabilidade e ao
desenvolvimento económico e social, bem como para o reforço da democracia e do
estado de direito no país", refere a CPLP, numa
declaração preliminar divulgada.
Segundo
os observadores da CPLP, as mesas de voto "funcionaram de forma ordeira e
pacífica", com o cumprimento das condições técnicas, como a presença de
delegados de partidos políticos e outros observadores do processo.
"A
proximidade cultural e linguística permitiu aos observadores da CPLP um ponto
de vista privilegiado, propiciando a compreensão do sentimento, da civilidade,
do respeito e das expectativas do povo guineense, que desempenhou de modo
exemplar o seu direito à participação no processo democrático",salienta a organização, que tem a Guiné-Bissau como um
dos seus membros.
"Com base
no trabalho que desenvolveu, a missão da CPLP considera que as eleições
legislativas, do dia 10 de março de 2019, decorreram em consonância com as
práticas internacionais de referência, no respeito pelos princípios
democráticos e direitos políticos consagrados na Constituição da República da
Guiné-Bissau e de acordo a lei eleitoral do país", pode ler-se no comunicado.
"Numa
democracia, os resultados eleitorais são sempre base necessária da normalidade
institucional", alertam os observadores.
A missão,
que contou com 18 observadores e foi chefiada pelo diplomata brasileiro Luiz Eduardo Villarinho Pedroso,
organizou-se em sete equipas de vigilância que cobriram as regiões de Bafatá,
Cacheu, Biombo, Bissau, Gabu e Oio.
"A missão não encontrou qualquer impedimento ao normal exercício da sua
atividade, tendo observado, no dia das eleições, um total de 131 mesas de voto,
o que corresponde a um número de 47.500 eleitores inscritos, equivalente a 6%
do total nacional", explicam os
observadores.
Além da
CPLP, a Comunidade Económica dos Estados de África Ocidental (CEDEAO) e a União
Africana (UA) mandaram equipas de observadores a Bissau para acompanhar as
eleições.
Todas as
organizações concordaram em considerar as eleições um sucesso operacional e não
deram relevo às queixas de irregularidades feitas por partidos políticos, entre
os quais o facto de muitos guineenses terem cartão de eleitor mas não terem o
nome inscrito nos cadernos eleitorais informatizados, um problema técnico que
fora referenciado.ANG/Lusa
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