Presidente do SITRACORREIOS acusa governo
de ter penhorado cerca de 150 mil acções da empresa
Bissau, 28 mar (ANG) – O
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sitracorreios), acusou
hoje o governo de ter penhorado cerca de 150 mil acções daquela empresa pública.
Tefna Tamba no meio |
Tefna Tambá que falava em
conferência de imprensa afirmou que o então governo guineense penhorou aquelas
acções dos Correios ao governo português
para pagar dívidas aos funcionários públicos depois da guerra civil.
Disse que todas as empresas
que actualmente estão a prestar serviço de entregas de encomendas são do
conhecimento do Estado, explicando que, segundo as regras universais, todas
elas deveriam passar por Correios e que, infelizmente, nunca acontecera.
O Presidente do SITRACORREIOS
disse que o futuro governo vai ter que cumprir todos os acordos e regulamentos
postais assinados com a empresa.
Disse que nos Correios, com os
117 meses de salários em atraso, já morreram 28 funcionários e 17 se encontram doentes,
alguns em estado grave.
Acrescentou que, por razões de
dificuldades financeiras, a empresa não teve como suportar seus tratamentos médicos,
e que empresa conta agora com menos de 100 pessoas.
“A empresa não funciona já há três
anos e ninguém zelou. Alguns trabalhadores foram presos, o mais caricato foi
quando decidimos pedir cabaz de natal e um mês de salário em atraso ao Primeiro-ministro,
Aristides Gomes. Foi sem sucesso, “lamentou.
Aquele sindicalista disse que
o objectivo principal do sindicato é de relançar a empresa prestando apoio as
instituições públicas na movimentação de valores da capital para interior e
vice-versa, bem como atrair clientes através da melhoria das condições de
atendimento e ter estações postais em pleno funcionamento.
Tambá disse que o Estado tem
muito a ganhar com o funcionamento pleno dos Correios, desde disponibilização
de melhores serviços, que vai contribuir para melhoria das condições de vida da
população, arrecadação de receitas mais eficácia no controle dos impostos e
taxas, “desencorajando assim o transporte de objectos proibidos, e reduzindo a
fuga ao fisco e desencaminhamento aduaneiro”.
Afirmou que a população também
terá acesso aos serviços básicos, nomeadamente a entrega de pedidos de bilhetes
de identidade, pagamento de propinas escolares, de pensões, fundo rodoviário,
transferências de dinheiro, troca de documentos, e pagamento de facturas de luz
e água, entre outros.
Tefna Tambá prometeu que vão
recuperar todos os espaços dos Correios, a fim de desenvolver os serviços
postais e as encomendas já que não têm parceiros, nem subvenção do executivo
quanto mais préstimo bancário, apesar de não terem a autonomia de assinar
qualquer parceria com outras empresas sem o aval do governo.
ANG/JD/AC//SG
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