Massacre étnico causa 160 mortos e
presidente IBK exonera chefias militares
Bissau,
26 mar 19 (ANG) - Um total de 160 habitantes de uma zona da comunidade fula no Mali foram assassinados no sábado por
supostos membros de grupos de caçadores da etnia dogon, na região da fronteira
com Burkina Faso, disse à AFP uma fonte de segurança maliana.
Presidente do Mali |
"O novo balanço é de 160 mortos e provavelmente
serão mais", declarou à AFP o vereador de Bankass, Amadou Diallo, a
principal localidade da zona, ao denunciar "uma depuração étnica".
Um boletim precedente da televisão estatal informava
136 mortos.
Sobreviventes do brutal ataque de sábado disseram que
caçadores dogon foram os responsáveis pelo massacre em Ogossagou, uma aldeia do
Mali onde vivem habitantes das comunidades fulani (ou peul).
Há quatro anos, desde o aparecimento no centro do Mali
do grupo jihadista do pregador Amadou Koufa, ligado à Al-Qaeda e que recruta
para suas fileiras membros da comunidade faluni, ocorrem enfrentamentos entre
esta comunidade, dedicada à criação de gado, e as etnias bambara e dogon, que
praticam a agricultura.
Estes conflitos já causaram mais de 500 mortos em
2018, segundo a ONU.
Após o encontro na sexta-feira com o presidente do
Mali, Ibrahim Boubacar Keita, os embaixadores dos 15 países do Conselho de
Segurança da ONU se reuniram com os responsáveis pela assinatura do acordo de
paz de 2015. Em seguida falaram com o primeiro-ministro Soumeylou Boubeye Maiga
sobre a situação no centro do país, informou a ONU.
Na sequência destes massacres, o
presidente Ibrahim Boubacar Keita(IBK)
exonerou o chefe de Estado-maior,
M''Bemba Moussa, e outras altas patentes militares .
“Boubacar Keita, na qualidade de comandante-em-chefe, disse
durante uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros que a protecção das
populações é uma tarefa do Estado”, relatou a imprensa local.
Segundo a mídia local, o presidente defendeu que os militares
devem garantir que as armas não caiam em mãos erradas.
O Governo considerou a agressão como a mais letal dos últimos
tempos numa região que enfrenta a escalada da violência étnica. ANG/Angop
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