Papa visita Marrocos para falar de
migração e diálogo com Islão
Bissau,
29 mar 19 (ANG) - O papa Francisco vai
realizar no sábado e no domingo (30 e 31), uma visita ao Marrocos, país de
maioria muçulmana, para falar do diálogo com o Islão, assim como de migração,
dois temas - chave do seu pontificado.
"Cristãos e muçulmanos, irmãos no mundo que
precisam de paz", disse o pontífice numa mensagem por vídeo divulgada na
véspera da sua 28ª viagem internacional.
O sumo pontífice quer manter laços de amizade com o
mundo muçulmano e, ao mesmo tempo, está empenhado em visitar as menores
comunidades católicas do mundo, que costumam ser esquecidas pela cimeira da
Igreja.
Mais de 30.000 católicos vivem no Marrocos. A maioria
é composta de estrangeiros procedentes da África subsaariana, estudantes, ou
migrantes a caminho da Europa.
No domingo, muitos deles assistirão a uma missa num
complexo desportivo, algo que não se via desde a visita de João Paulo II em
1985, já que 99% da população é muçulmana sunita.
Como aconteceu durante a sua viagem em Janeiro aos
Emirados Árabes Unidos, o papa irá reunir-se com o rei do Marrocos Mohamed VI,
assim como com os principais líderes religiosos muçulmanos, e visitará o
mausoléu de Mohamed V - gestos a favor da tolerância religiosa.
Nesse mesmo dia, vai reunir-se com migrantes na sede
da Caritas de Rabat, onde pronunciará um importante discurso.
Com essa viagem, segundo o Vaticano, o papa deseja dar
esperança às minorias cristãs e aos muçulmanos convertidos, que pedem para
desfrutar plenamente da liberdade de religião consagrada na Constituição
marroquina.
"Sonhamos com um Marrocos livre que assuma a sua
diversidade religiosa", pediu, numa nota, a Coordenadoria dos Cristãos
Marroquinos.
A organização espera que a visita seja "uma
oportunidade histórica" para que o Marrocos se comprometa a fundo com a
questão.
Segundo a Constituição marroquina, "o Islão é a
religião do Estado, o qual garante a todos o livre exercício dos cultos".
Diferentemente dos Emirados Árabes, o código penal
marroquino não prevê pena de morte para os apóstatas do Islão e a regra em
geral "é a discrição", explicou um religioso de Rabat. ANG/Angop
Sem comentários:
Enviar um comentário