Roma acusa migrantes resgatados de
sequestro de petroleiro
Bissau,
28 mar 19 (ANG) - O Governo de Itália acusou quarta-feira um grupo de 108
refugiados e migrantes de ter sequestrado um petroleiro que esteve envolvido,
na terça-feira à noite, numa operação de resgate ao largo da costa da Líbia.
Matteo Salvini |
Segundo o ministro do Interior italiano, Matteo
Salvini, o navio foi tomado pelos migrantes e refugiados quando estes
perceberam que iam regressar à Líbia.
A imprensa italiana e internacional está a relatar que
o petroleiro "Elhiblu I", com pavilhão da República de Palau,
resgatou "um grupo de migrantes" na noite de terça-feira em águas
internacionais, onde a guarda costeira líbia é responsável pelas operações de
socorro, e prosseguiu a sua rota em direcção ao porto de Tripoli (capital da
Líbia).
A cerca de seis milhas náuticas do porto de Tripoli, o
navio mudou subitamente de rota e rumou para norte em direcção à Europa,
relatou Matteo Salvini.
De acordo com o também vice-primeiro-ministro e líder
da extrema-direita italiana, o petroleiro estava quarta-feira à tarde a meio do
caminho entre Tripoli e Malta.
"Estes não são migrantes em perigo, são piratas,
só irão ver Itália através de um telescópio", declarou Matteo Salvini,
assegurando que o petroleiro não será autorizado a entrar em águas italianas
caso opte por dirigir-se para Lampedusa ou para a Sicília.
"É a demonstração mais óbvia de que não estamos a
falar de operações de socorro de pobres náufragos que fogem da guerra, mas de
tráfico criminoso de seres humanos que é gerido de forma criminosa",
acrescentou.
A actual coligação governamental italiana, composta
pela Liga (partido de extrema-direita) e o Movimento 5 Estrelas (M5S,
populista), tem adoptado uma linha dura em matérias relacionadas com as
migrações e dificultado o trabalho dos navios humanitários envolvidos no
resgate de migrantes no Mediterrâneo, nomeadamente o bloqueio dos portos
italianos a estas embarcações.
Segundo as Nações Unidas e organizações
não-governamentais, os migrantes na Líbia, país imerso num caos político há
vários anos, enfrentam situações de tráfico humano, sequestro, tortura e
violações. ANG/Angop
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