Bissau, 11 Mar 19(ANG) - O guineense Carlos Lopes,
que foi adjunto do secretário-geral das Nações Unidas, manifestou dúvidas sobre
a possibilidade do executivo saído das legislativas de domingo poder
efetivamente governar e sobre a posição dos derrotados no escrutínio perante os
resultados.
Na sua
página na rede social Facebook, Carlos Lopes, natural de Canchungo, no norte da
Guiné-Bissau, questionou se "finalmente, as pessoas terão a sua
oportunidade" de ter um executivo legitimamente eleito, respondendo de
imediato que "sim".
Carlos
Lopes foi um dos quadros guineenses que participou na produção do documento
estratégico Terra Ranka, com o qual a Guiné-Bissau conseguiu uma promessa de
1,5 mil milhões de dólares, numa mesa-redonda, realizada em 2015, na Bélgica.
Também o
antigo administrador do Banco Mundial para vários países africanos, o guineense
Paulo Gomes, escreveu nas redes sociais que o dia de hoje é "uma etapa
importante para a cidadania" e abertura de uma plataforma para
reconstituir a confiança, o consenso e promoção do desenvolvimento do país.
Paulo
Gomes, que também participou na elaboração da estratégia Terra Ranka,
aconselhou o próximo primeiro-ministro a "rapidamente realizar chamadas
telefónicas e programar visitas" junto dos parceiros da Guiné-Bissau para
solicitar o desbloqueamento de fundos prometidos na mesa-redonda.
O
economista salientou a necessidade de um consenso nacional em torno do líder do
futuro Governo, para fazer face ao que classificou como "situação de
emergência" para o país.
"Espero
que haja menos política e promoção de mais desenvolvimento, mais trabalho de
equipa", para a reconquista da confiança que a Guiné-Bissau perdeu desde
as últimas eleições gerais de 2014, referiu o economista.
Mais de
761 mil eleitores guineenses foram no domingo chamados às urnas para eleger um
novo parlamento, com 102 deputados, entre os candidatos apresentados por 21
partidos políticos, para um mandato de quatro anos.
ANG/Lusa
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