Ruanda/ Autoridades denunciam “provocação” da RDCongo com entrada de avião militar no seu espaço aéreo
Bissau, 08 Nov 22(ANG) – O Rua
nda
acusou segunda-feira a República Democrática do Congo (RDCongo) de “provocação”
devido à entrada de um avião militar no espaço aéreo ruandês, em pleno clima de
tensões bilaterais relativamente às actividades do grupo rebelde Movimento 23
de Março (M23).
“Um caça Sukhoi-25 violou o espaço
aéreo ruandês às 11:20 (09:20 em Lisboa) e pousou brevemente no aeroporto de
Rubavu, na província ocidental”, disse o governo ruandês num curto comunicado.
Rubavu localiza-se junto à fronteira
entre os dois países.
No comunicado, sinaliza-se que Ruanda
“não adoptou medidas militares de resposta” e acrescenta-se que o avião
“regressou à RDCongo”.
“As autoridades ruandesas protestaram
contra esta provocação ao governo da RDCongo, que reconheceu o incidente”,
destaca-se na nota.
O incidente ocorreu dois dias depois
de Kinshasa e Kigali terem concordado em acelerar ao máximo o acordo para
aliviar a tensão bilateral em torno da actividade do M23 no nordeste da
RDCongo, face às acusações de Kinshasa contra o apoio de Kigali aos rebeldes.
No passado sábado, os ministros dos
Negócios Estrangeiros do Ruanda e da RDCongo) comprometeram-se a manter o
diálogo e concertação política como via de resolução da crise política entre os
dois países.
Este foi um dos pontos do comunicado
final sobre a reunião tripartida entre a diplomacia do Ruanda e RDCongo e
Angola, realizada em Luanda.
O objectivo foi relançar o diálogo
entre os dois países face ao agravamento da tensão nas últimas semanas, com os
rebeldes do M23, que passou a controlar várias localidades, obrigando ao êxodo
de mais de 200 mil pessoas.
No final da reunião, os ministros
acordaram também a definição de um cronograma para acelerar a implementação do
roteiro de Luanda, de 06 de Julho de 2022, que visa estabelecer o caminho para
a paz e o desdobramento imediato do mecanismo de verificação ‘ad-hoc’ em Goma
(RDCongo).
O Ruanda tem reiteradamente negado as
acusações e acusa, por sua vez, a RDCongo de apoio outro movimento rebelde, as
Forças Democráticas de Libertação de Ruanda (FDLR), numa crise alimentada pelo
avanço consolidado do M23 nalgumas áreas da província Kivu do Norte, que
culminou na semana passou com a expulsão do embaixador ruandês em Kinshasa,
Vincent Karenga.
O M23 é acusado desde Novembro de 2021
de realizar ataques contra posições do Exército da RDCongo em Kivu do Norte,
sete anos depois de as duas partes terem alcançado uma trégua.
Especialistas das Nações Unidas
acusaram Uganda e Ruanda de apoiar os rebeldes, embora ambos os países tenham
negado isso.
ANG/Inforpress/Lusa
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