Etiópia/União Africana preocupada
com dissolução do Parlamento
Bissau, 06
Dez 23 (ANG) - A União Africana (UA) manifestou hoje a sua preocupação com a
dissolução do Parlamento da Guiné-Bissau, e condenou com veemência a violência
registada nos últimos dias no país.
Na noite de quinta-feira e na manhã de
sexta-feira, confrontos entre a Guarda Nacional e o exército causaram pelo
menos dois mortos na capital, Bissau, tendo sido descritos como uma
"tentativa de golpe de Estado" pelo Presidente da Guiné-Bissau, Umaro
Sissoco Embaló, que decidiu dissolver o parlamento.
Moussa Faki Mahamat, presidente da Comissão
da UA, "condenou veementemente a recente violência na Guiné-Bissau",
ao mesmo tempo que "registou com preocupação a dissolução" do
parlamento, de acordo com um comunicado de imprensa divulgado na rede social X
(antigo Twitter).
O presidente da Comissão da UA apelou
também ao governo e às partes interessadas "para darem prioridade ao
diálogo".
Umaro Sissoco Embaló decidiu na segunda-feira dissolver o parlamento, na
sequência dos confrontos entre a Guarda Nacional e efetivos do batalhão do
Palácio Presidencial, que considerou tratar-se de um golpe de Estado.
O Presidente da República tomou a decisão
após uma reunião do Conselho de Estado.
Sissoco Embaló considerou "um golpe de
Estado" o facto de a Guarda Nacional ter retirado o ministro das Finanças,
Suleimane Seidi, e o secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, das
celas da Polícia Judiciária, na noite de quinta-feira, detidos devido a um
alegado caso de corrupção.
Na sequência deste ato, geraram-se
confrontos armados entre a Guarda Nacional e o batalhão da Presidência, que foi
resolvido com a intervenção da Polícia Militar e que resultou na detenção do
comandante da Guarda Nacional, Vitor Tchongo.
Imediatamente ao anúncio do Presidente da
República, observou-se na cidade de Bissau, uma forte presença militar nas
ruas, que deixou de ser visível à noite.
A Guiné-Bissau, um país lusófono com uma
população de dois milhões de habitantes, é um dos mais pobres do mundo e é
considerado um dos países mais corruptos do mundo.
Desde a sua independência de Portugal em
1974, o país tem passado períodos de instabilidade marcados por tentativas de
golpe de Estado.
Em Fevereiro de 2022, Sissoco Embaló
escapou a um golpe de força, que apresentou como uma tentativa de golpe de
Estado diretamente ligada ao tráfico de droga. ANG/Angop
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