Dia Nacional dos Poetas/ Casa das Letras Vasco Cabral organiza colóquio nacional da literatura
Bissau 22 Ago 25 (ANG) – A ONG Casa
das Letras e Arte denominado - Vasco Cabral promoveu esta sexta-feira , em Bissau, um colóquio
nacional sobre a literatura sob o lema: “Um
Tributo a Vasco Cabral e à Literatura Guineense”.
O colóquio foi promovido em homenagem ao
poeta e antigo dirigente do PAIGC e com batente da liberdade da pátria,
Vasco Cabral.
Durante a jornada os participantes debateram temas sobre a Educação e Memória
,Literária e Construção da Nação ,Juventude e Literatura e Literatura e
Direitos Humanos.
No encontro foi apresentado um documentário onde foram ouvidos testemunhas
das façanhas do Vasco Cabral incluindo da sua esposa, Teresa Cabral ,que estava
presente no ato.
Na abertura dos trabalhos, a Diretora-geral da Cultura, Cíntia Cassamá
destacou que a data convida à todos para uma reflexão sobre a força da palavra, o poder da poesia e o papel
fundamental dos poetas na construção da identidade da Guiné-Bissau.
“Nos momentos mais difíceis da nossa
história, segundo nos contaram, os poetas ergueram a voz para denunciar as injustiças, para cantar a liberdade e para preservar o lema do nosso povo. Eles
foram e continuam a ser os guardiões da nossa cultura e porta-vozes do nosso
sentido coletivo. Por isso, nesse dia saudámos os nossos grandes nomes da
literatura guineense, em particular o Vasco Cabral ,a Odete Semedo, Tomás Gomes
Barbosa, Toni Tchega ,Edson Ferreira e outros”, disse.
Cíntia Cassamá recomenda aos jovens para continuarem com esta herança levando a poesia às escolas ,
praças e para a vida de todos .
A DG da Cultura revelou que o
Ministério da Cultura está a trabalhar
nas legislação para permitir o crescimento e a profissionalização dos
artistas guineenses.
Anunciou para a próxima semana o início da elaboração da Estatística
Cultural Guineense, numa parceria com o Instituto Camões.
Os trabalhos deverão traduzir-se na coleta, organização, análises e divulgação
de informações sobre a cultura nacional ,
no âmbito do qual todos os atores serão
licenciados, tanto em Bissau como nas regiões.
Por seu turno, a Presidente da Casa das Letras e Artes Vasco Cabral, Suaila
Fonseca Cá desse que, naquele momento histórico ,não se podia continuar a ignorar o silêncio que pesa sobre
a literatura da Guiné-Bissau, “um silêncio que não é natural, mas sim fabricado”
.
Cá disse que a situação é fruto da ausência de políticas públicas de
incentivos ,da inexistência de uma
crítica literária ativa ,da falta de livrarias ,bibliotecas e espaços de
valorização cultural, por isso, segundo diz, “é preciso dizer com clareza que
os escritores existem ,produzem
,publicam ,mas o país ainda não os ouve”.
“As suas obras são lançadas como garrafas ao mar ,com pouco ou nenhum
eco. Essa invisibilidade não é falta de mérito ,mas sim reflexo de um
ecossistema cultural fragilizado, que precisa ser urgentemente reconstruído ,porque
a literatura não é luxo ,é necessidade, e porque a palavra é um direito , não
um privilegio”, disse.
Fonseca disse que o Vasco Cabral sabia disso ,uma vez que foi poeta ,ensaísta, político, nacionalista
militante da palavra, que lutou com armas, mas também com versos .
“O tributo ao Vasco hoje só será legítimo se estivermos dispostos a lutar
por uma Guiné-Bissau onde os livros sejam acessíveis ,onde os autores sejam
reconhecidos ,onde a literatura seja respeitada como parte da soberania
nacional, construíndo um país onde o escritor não seja um estranho mas sim um
farol”, disse.
Participaram no colóquio escritores,poetas ,ex-membros do governo, o
Secretário da Associação Guineense dos Escritores,Edson Ferreira,Odete Gomes em
rerpresentação da união Democratica das Mulheres (UDEMU). ANG/MSC//SG

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