Marrocos/ "Betty" Lachgar acusada de "ofensa ao
islão"
Bissau, 27 Ago 25 (ANG) - A justiça marroquina julga
esta quarta-feira a activista "Betty" Lachgar, acusada de
"ofensa ao islão", a pena pode ir até dois anos de prisão efectiva.
Psicóloga
clínica, Ibtissame Lachgar, conhecida por "Betty", de 50 anos, com
amplo trabalho a favor das liberdades individuais, publicou no final de Julho
uma fotografia em que aparecia vestida com uma t-shirt onde na qual se podia
ler "Allah" ("Deus") seguida da frase "is
lesbian" ("é lésbica").
A imagem vinha acompanhada de um texto que qualificava o islão,
"como toda a ideologia religiosa", de "fascista e
misógina". A publicação suscitou fortes reacções nas redes sociais, desde
apelos à detenção até ameaças de violação e lapidação.
A defesa da activista contesta este julgamento imediato, diz-se
sem tempo para preparar a defesa, descreve Betty como uma
"sobrevivente de um cancro que necessita de tratamento", além da
ausência de "ameaça directa para a segurança de outrem" em caso de
libertação provisória. O pedido da defesa foi rejeitado pelo tribunal.
O artigo 267-5 do Código Penal marroquino, ao abrigo do qual a
activista é processada, pune com seis meses a dois anos de prisão efectiva
"quem ofender a religião muçulmana". A pena pode ser agravada até
cinco anos de prisão se a infracção for cometida em público, "inclusive
por via electrónica".
Em declarações à rádio France Info, a irmã da activista denuncia
"uma injustiça". Siam Lachgar lembra que a irmã é uma defensora
das “liberdades individuais e dos direitos das mulheres".
Até
agora, Betty Lachgar nunca tinha sido detida, apesar de ter estado à frente de
acções como a distribuição de pílulas abortivas proibidas em Marrocos.ANG/RFI

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