Médio Oriente/Israel nega fome em Gaza e acusa ONU de ouvir "mentiras do Hamas"
| Bissau, 22 Ago 25 (ANG9 – Israel rejeitou hoje que haja fome em Gaza como foi declarado pela ONU, que acusou de se ter baseado “nas mentiras do Hamas”, o grupo extremista palestiniano que controla a Faixa de Gaza.
“Não há fome em Gaza”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita num comunicado, ao reagir à declaração oficial do Quadro Integrado de Classificação da Segurança Alimentar (IPC, na sigla em inglês), organismo da ONU com sede em Roma.
O IPC declarou a fome na província de
Gaza, o que acontece pela primeira vez no Médio Oriente, e avisou que a
situação deverá estender-se às províncias de Deir el-Balah (centro) e Khan
Yunis (sul) até ao final de Setembro.
A declaração foi feita depois de
especialistas terem alertado que 500.000 pessoas se encontravam numa situação
catastrófica no território devastado por uma ofensiva militar israelita desde
Outubro de 2023.
O IPC “acaba de publicar um relatório
feito à medida para a falsa campanha do Hamas”, disse a diplomacia de Israel
num comunicado citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Para Israel, que acusou o IPC de ter
ignorado as próprias regras e critérios, o relatório baseia-se “nas mentiras do
Hamas, branqueadas por organizações com interesses particulares”.
O ministério acrescentou que nas últimas
semanas, a Faixa de Gaza “foi inundada por um afluxo maciço de ajuda em bens de
primeira necessidade, o que provocou uma forte queda de preços”.
“Todas as previsões feitas pelo IPC sobre
Gaza durante a guerra revelaram-se infundadas e totalmente falsas”, salientou o
ministério.
“Esta avaliação também será deitada no
lixo dos documentos políticos desprezíveis”, acrescentou.
O Cogat, órgão do Ministério da Defesa
israelita que supervisiona os assuntos civis nos Territórios Palestinos
Ocupados, também denunciou o relatório do IPC como “falso e tendencioso”.
Num comunicado, o Cogat rejeitou
“veementemente a afirmação de fome na Faixa de Gaza, e em particular na cidade
de Gaza”.
“Os relatórios e avaliações (...) do IPC
(...) não refletem a realidade no terreno”, disse o Cogat.
Para os militares israelitas, o relatório
não leva em conta os esforços envidados nas últimas semanas para “estabilizar a
situação humanitária na Faixa de Gaza”, nem as informações transmitidas pelo
Cogat aos autores do documento.
Israel tem em curso uma ofensiva militar
na Faixa de Gaza desde que sofreu um ataque do Hamas em 07 de Outubro de 2023,
que causou cerca de 1.200 mortos e o rapto de 250 pessoas, feitas reféns.
A ofensiva israelita em grande escala
provocou mais de 62.190 mortes em Gaza, a maioria civis, de acordo com dados do
Ministério da Saúde de Gaza, considerados fiáveis pela ONU.
ANG/Inforpress/Lusa

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